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Perto de completar dois anos desde o início das obras, o MUVI (Mobilidade Urbana Verde Integrada) segue avançando em São Gonçalo.
Considerado o maior projeto de mobilidade urbana da história do município, o empreendimento, idealizado pela Secretaria Estadual de Cidades em parceria com a Prefeitura de São Gonçalo, já conta com 43% de suas obras concluídas e promete transformar a dinâmica urbana da cidade.
Com um investimento superior a R$ 310 milhões por parte do governo estadual, a conclusão está prevista para o segundo semestre deste ano. Com 18 quilômetros de extensão, o MUVI conectará os bairros de Neves e Guaxindiba, atravessando 13 localidades estratégicas, incluindo o centro da cidade.
O projeto inclui a criação de corredores preferenciais para ônibus, ciclovias e intervenções urbanísticas, como novas praças e áreas de convivência.
As vias do corredor serão construídas ao longo do traçado da antiga via férrea, e o sistema adotado será o BRS (Bus Rapid Service), com corredores expressos para ônibus paralelos às faixas destinadas a veículos leves.
Diferente do BRT (Bus Rapid Transit), não haverá veículos exclusivos ou separação completa do trânsito, e ônibus municipais e intermunicipais circularão nas novas faixas.
O MUVI deve atender cerca de 120 mil passageiros por dia em 31 estações, com obras divididas em seis trechos: Neves-Porto Velho, Porto Velho-Camarão, Região Central, Estrela do Norte-Trindade, Trindade-Jardim Catarina e Jardim Catarina-Guaxindiba.
A população tem acompanhado de perto os avanços, mas há dúvidas e opiniões divididas.
Márcia Cristina, moradora do bairro Covanca, acredita que o projeto trará melhorias no trânsito local, mas destaca problemas de execução e impactos na qualidade de vida.
“Acredito que o MUVI vai aliviar o trânsito dentro de São Gonçalo, principalmente com as novas faixas de tráfego. No entanto, ele não resolve o principal gargalo, que é depois de Neves, na BR, para quem vai a Niterói ou ao Rio. Outro ponto negativo foi a derrubada de árvores na Rua da Caminhada, que agora está mais quente. Além disso, essa rua, que antes era fechada para exercícios, perdeu essa função, mesmo com a ciclovia criada”, comenta.
Já o Claudio Nascimento, do bairro Porto Novo, lamenta que o projeto não tenha como foco solucionar o trânsito intenso entre São Gonçalo e Niterói.
“A obra é necessária e traz benefícios para o município, mas esperava algo mais abrangente, como ônibus exclusivos ou uma ligação direta com Niterói sem enfrentar o congestionamento. Ainda falta uma solução para quem precisa se deslocar para outras cidades sem passar pelos problemas de sempre”, critica.
Apesar das ressalvas, a Secretaria de Estado das Cidades reforça o impacto positivo do MUVI na mobilidade urbana, ressaltando que o corredor expresso é um passo importante para integrar o transporte público em São Gonçalo e modernizar a infraestrutura viária.
Além disso, a implementação de espaços públicos e áreas verdes faz parte do compromisso de requalificação urbana, ainda que ajustes possam ser feitos conforme o projeto avance e as necessidades dos moradores sejam identificadas.