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Maior edição da FLIM consolida Maricá como referência literária no Brasil
Evento contou com presença de autores internacionais e distribuição de “Mumbuca Literária” a estudantes e educadores
Maior edição da FLIM consolida Maricá como referência literária no Brasil
Foto do autor Redação Redação
Por: Redação Data da Publicação: 12 de novembro de 2024FacebookTwitterInstagram
Fotos: Divulgação/ Prefeitura de Maricá

A 9ª Feira Literária Internacional de Maricá (FLIM) encerrou suas atividades no último domingo (10), confirmando-se como a maior edição do evento já realizada. Durante dez dias, a Orla do Parque Nanci foi palco de uma programação extensa que contou com debates literários, shows musicais e exposições, atraindo escritores e artistas do Brasil e do exterior, incluindo figuras renomadas da África, Europa e América Central.

Neste ano, o evento ampliou sua visibilidade ao receber autores lusófonos como o angolano José Eduardo Agualusa, o português Valter Hugo Mãe e a cubana Teresa Cárdenas. Em uma roda de conversa especial, os três discutiram temas ligados às memórias de Angola, Cuba e Portugal, refletindo a diversidade cultural e a influência literária entre os países. 

A FLIM contou com uma mesa de debates formada por escritores internacionais

Outro destaque foi a presença do angolano Ondjaki, que compartilhou o palco com o escritor brasileiro Ailton Krenak e o chef João Diamante, em um debate sobre as conexões entre literatura e gastronomia.

A infraestrutura do evento foi um ponto forte da edição. Com uma área de 10 mil metros quadrados, a FLIM disponibilizou espaços variados, como o “Papo Flim”, arena de debates com capacidade para 400 pessoas, a “Flimzinha”, área infantil dedicada à obra de Ziraldo, e a “Tenda Literária”, que reuniu 100 editoras e disponibilizou cerca de 12 mil títulos. AlA ém disso, a programação infantil homenageou o escritor e cartunista Ziraldo, falecido em abril, com contação de histórias e atividades lúdicas baseadas em suas obras.

A Flimzinha reuniu inúmeras obras de Ziraldo

A FLIM também inovou na inclusão de novas tecnologias, com uma área de robótica e a Arena Maricá Games, que recebeu mais de 10 mil visitantes para experiências em jogos eletrônicos como Roblox e League of Legends. Além disso, exposições como “Heróis Quilombolas” destacaram a ancestralidade afro-brasileira, promovendo um ambiente culturalmente inclusivo.

Entre as iniciativas de fomento à leitura, destacou-se o projeto “Mumbuca Literária”. Com investimento de R$ 12 milhões, o projeto distribuiu vouchers de R$ 200 para mais de 60 mil estudantes e educadores da rede pública de Maricá. Inspirado na moeda social local, o benefício permitiu a aquisição de livros com preços acessíveis, incentivando o hábito de leitura e promovendo a economia local.

Estudantes tiveram vouchers de mais de R$ 200 para usufruir em livros

A programação incluiu ainda talk shows e rodas literárias com autores como Itamar Vieira Júnior e Conceição Evaristo, que abordaram temas de resistência e ancestralidade. Conceição emocionou o público ao falar sobre a representatividade negra na literatura, destacando a importância de figuras inspiradoras para as novas gerações. A escritora foi abraçada no palco por uma jovem admiradora de 10 anos, que agradeceu por ter sido apresentada à sua obra, em um dos momentos mais comoventes do evento.

A 9ª edição da FLIM encerrou com o show do cantor Geraldo Azevedo, que trouxe clássicos da música nordestina ao palco principal, marcando o encerramento com um clima de celebração cultural. Ao final, a Prefeitura anunciou que a próxima edição, em 2025, terá como homenageada a atriz Fernanda Montenegro, consolidando a FLIM como um evento de referência no calendário cultural do Brasil.

Geraldo Azevedo no encerramento da FLIM, no último domingo

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