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Livro revela poemas inéditos de Cazuza
Uma coletânea de poemas de Cazuza é destaque nas livrarias. Lançado este mês, o livro reúne 238 poesias que ele deixou escritas ou viraram sucesso à bordo de canções antológicas.
Livro revela poemas inéditos de Cazuza
Foto do autor LAM LAM
Por: LAM Data da Publicação: 23 de setembro de 2024FacebookTwitterInstagram
Divulgação

“Meu lance é poesia” reúne a obra poética de Agenor de Miranda Araujo Neto (1958-1990), mais conhecido como Cazuza, com organização de Ramon Nunes Mello. 

São ao todo 238 poemas, criados entre 1975 e 1989 – dos manuscritos e datiloscritos às famosas canções que marcaram gerações –, entre os quais 27 inéditos encontrados nas pastas de documentos originais do Arquivo Viva Cazuza. 

Os poemas estão dispostos na ordem cronológica em que foram escritos, proporcionando ao leitor a oportunidade de acompanhar o processo de transformação do poeta e de sua escrita, intimamente ligada à sua trajetória pessoal e profissional. 

                                                                            

A publicação reúne notas sobre os poemas e depoimentos dos principais parceiros de Cazuza, contextualizando a história da criação dos versos. Além de “Textos críticos” assinados por Eliane Robert Moraes, Italo Moriconi, Silviano Santiago e Augusto Guimaraens Cavalcanti, "Artigos" de Caio Fernando Abreu, Nelson Motta, Karina Buhr e pelo próprio Cazuza (organizado por Ezequiel Neves), e uma seção com principais trabalhos realizados pelo poeta, assim como um caderno de manuscritos e datiloscritos.                  

                                                           Com Lobão.                                                                                                             

                 Com Renato Russo.

                                     Com Roberto Frejat.

Opiniões

Ney Matogrosso

Cazuza foi o grande poeta do rock no Brasil, sem dúvida; apaixona do pela vida. Ele amava Cartola, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Rimbaud, Kerouac, os poetas beats… Tinha um referencial forte, talvez tenha sido o músico com o pensamento mais claro e crítico da década de 1980, que de fato colocava o dedo na ferida. 


Gilberto Gil

Cazuza tinha um modo corriqueiro de dizer coisas profundas. Era um belo observador do ser humano e possuía a ousadia de universalizar sua individualidade. Tinha também a dimensão da tragédia muito explícita, muito almejada, desejada e produzida pela dinâmica vital.

Cacá Diegues

Todo período conturbado na vida de um país acaba produzindo seu poeta nacional do momento, cantor das dificuldades de seu tempo e da esperança possível no futuro. A seu modo, Cazuza foi o Rimbaud da desgraça brasileira nos anos 1980, a nossa década perdida. Na melhor tradição de Fagundes Varela e Sousândrade, ele consumiu o fogo intenso de sua curta vida no combate à hipocrisia e à violência cotidianas, inaugurando no Brasil um olhar contemporâneo sobre um novo modo de viver que não espera pela história, mas que se impõe pelo desejo, agora. Devorado por sua incompatibilidade com o horror de seu tempo, Cazuza foi nosso triste poeta da esperança.

 

 

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