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“Cheias são por falta de conservação, prevenção e lixo", diz especialista
“Cheias são por falta de conservação, prevenção e lixo", diz especialista
Foto do autor Gabriel Ferreira Gabriel Ferreira
Por: Gabriel Ferreira Data da Publicação: 15 de janeiro de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto: Divulgação/ Redes Sociais

Diante do forte temporal, A TRIBUNA conversou com a Adriana Filgueira, que é professora de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), com especialidade em geomorfologia e hidrogeografia.  Ela falou sobre o impacto das chuvas e a ausência das políticas ambientais por parte das autoridades públicas.

“É evidente que podemos ter um ano que é mais seco, que chove menos, e um ano que tem mais chuvas, isso de acordo com o ponto de vista hidrológico. A gente também precisa considerar todo o contexto de mudanças climáticas. As temperaturas mais altas, acabam gerando uma influência sobre o volume de chuvas e intensidade e quantidade, assim como a questão do uso dos solos”, explicou.

Adriana Filgueira, especialista em hidrogeografia - Foto: Divulgação

A especialista destacou a importância da conservação e limpeza permanentes. 

“Além da ausência de políticas ambientais, cabe ressaltar os problemas de macro e micro drenagem das obras em áreas urbanas. Elas dependem de uma manutenção constante, pois toda obra acaba modificando um processo natural, e com isso, ela passa a buscar a sua forma original de funcionamento”, relata sugerindo que as obras de drenagem devem ser realizadas durante o período de inverno, que é de menos calor e chuvas.

Adriana afirma que surgimento de resíduos em rios e lagoas não é culpa da população.  “Quando a gente fala em prevenção, envolve a infraestrutura do esgoto, e principalmente a coleta de lixo que não é bem resolvida em boa parte das cidades. É claro que deve haver um trabalho de conscientização das pessoas, mas primeiro é preciso resolver toda essa situação, seja por meio da melhora na coleta ou por trabalhos de educação ambiental”, ressaltou.

Niterói afirma que tem realizado investimento em encostas e drenagens

Foto: Divulgação/ Prefeitura de Niterói

Em nota enviada ao jornal A TRIBUNA no fim de semana, a Prefeitura de Niterói informou que investiu R$ 236 milhões nas obras de contenção de encostas, beneficiando diversas regiões, no último ano.

“Niterói, desde 2013, vem desenvolvendo um grande esforço de investimentos em resiliência. De lá para cá, são cerca de R$ 1 bilhão investidos em contenção de encostas e drenagem. Somente no ano passado, nós investimos, em 80 obras, cerca de R$ 240 milhões e vamos continuar trabalhando para que a gente possa seguir salvando vidas, como estamos verificando agora. Foram chuvas muito intensas, entre as mais fortes registradas na cidade, nós tivemos muitos transtornos, mas, de um modo geral, a gente vê que a cidade resistiu”, afirmou o prefeito Axel Grael. 

No Rio, o prefeito da cidade, Eduardo Paes, afirmou que já esperava os índices de fortes chuvas neste período e que trabalha para contornar a situação.

“Tem situações que o poder público pode administrar. Então, por exemplo, essa bacia do Rio Acari, que foi o nosso grande problema. Se pegar ali na Fazenda Botafogo, a gente fez uma grande dragagem ao longo desse ano todo. Você tem muita ocupação às margens do rio no Jardim América, tem um entroncamento com Via Dutra, que é um problema", afirmou o em entrevista à TV Globo.

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