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Flamengo de Filipe Luís ainda não sabe sofrer?
Desde que o técnico assumiu, equipe não passou por muitos momentos de adversidade
Flamengo de Filipe Luís ainda não sabe sofrer?
Foto do autor João Eduardo Dutra João Eduardo Dutra
Por: João Eduardo Dutra Data da Publicação: 10 de abril de 2025FacebookTwitterInstagram
FOTO: Gilvan de Souza/CRF

“Saber sofrer” é um conceito antigo no meio do futebol. À primeira vista, não parece ser uma qualidade muito útil, afinal, melhor que saber sofrer é não sofrer como um todo. Porém, como diria o outro, o futebol é uma caixinha de surpresas. Toda regra tem sua exceção.

Outrora romantizado, o time que “sabe sofrer” é, na maioria das vezes, aquele que abre mão (ou simplesmente não consegue adquirir) do controle do jogo, é pressionado pelo adversário, mas ainda sim consegue sair vitorioso.

Exemplo: Time X teve 78% de posse de bola, trocou mais de 500 passes e deu 19 chutes, mas só fez um gol, enquanto o time Y, com 22% de posse, menos de 200 passes trocados, finalizou oito vezes e fez dois. Placar final: 2 a 1 time Y.

Os mais atentos perceberam que os números do exemplo não foram aleatórios, mas sim as estatísticas de Flamengo 1 x 2 Central Córdoba, pela Libertadores.

O tricampeão continental, por muitos o melhor elenco da América do Sul, Flamengo era muito favorito contra o estreante na Libertadores Central Córdoba, principalmente jogando no Maracanã, mas os argentinos levaram a melhor.

Ser dominante é importante, mas saber sofrer também é. Não se retrancar e passar sufoco, mas saber sofrer no sentido de, quando adversidades aparecerem, como o time reage?

O trabalho de Filipe Luís à frente do Flamengo é quase irretocável, mas sofreu o seu primeiro grande choque de realidade contra o Central Córdoba. Em um jogo que parecia ser controlado e, para muitos, até simples, a equipe se viu em uma posição de adversidade e não conseguiu reagir da maneira esperada.

A pedra vinha sendo cantada nas últimas semanas, o Flamengo tem muito volume de jogo, mas perde muitas chances de gol. Uma hora a conta chega.

Talvez o Flamengo de Filipe Luís ainda não saiba sofrer porque, em mais de seis meses de trabalho, pouco precisou saber. Em 31 jogos, o Rubro-Negro só saiu atrás do placar em seis deles, com duas derrotas, dois empates e duas viradas. Um outro momento de adversidade foi na semifinal da Copa do Brasil, quando ficou com um a menos no primeiro tempo do segundo jogo contra o Corinthians, mas a equipe nunca ficou atrás do placar no confronto.

A derrota para o Central do Córdoba foi apenas a segunda do treinador desde que assumiu a equipe. Curiosamente, também foi o único jogo em que um time conseguiu abrir dois gols de diferença sobre o Flamengo.

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