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Como maior produtor de óleo e gás natural do país, o estado do Rio, incluindo o interior fluminense, sai na frente como potencial produtor de hidrogênio no país. É o que aponta o “Mapa Estratégico do Hidrogênio para o Rio de Janeiro”, levantamento produzido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) para orientar os investidores e as políticas públicas para o mercado de energia.
Conforme o estudo e o sumário executivo “Transição e Integração Energética no Rio”, também produzido este ano pela federação, o potencial de investimentos na produção e uso de H2 ultrapassa os R$ 40 bilhões.
O Marco Legal do Hidrogênio (H2) foi aprovado em julho pelo Congresso Nacional, o que possibilita criar um ambiente de segurança jurídica propício a atração de investimentos e realização de novos projetos industriais. A Firjan considera que estabelecer regras claras e mecanismos que estimulem o uso do hidrogênio é fundamental para o desenvolvimento de toda sua cadeia de valor, da produção ao consumo final, de forma a contribuir para a redução de emissões de carbono no país.
“O hidrogênio tem um potencial de levar para o interior do estado diversos projetos, fortalecendo a economia regionalmente, tanto pela produção quanto pelo consumo do energético, além de fomentar novas indústrias fornecedoras e ampliar o desenvolvimento tecnológico em todo o estado. Podemos liderar esse mercado internamente oferecendo o energético para a produção de amônia para o uso em fertilizantes, refino e petroquímica, produção de combustível sintético e de aviação, metanol, aço e cimento, entre outras utilidades, assim como exportar para o resto do mundo”, comemora o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
Ele destaca que a federação está comprometida com o desenvolvimento de tecnologias e com a formação de profissionais para encontrar respostas aos inúmeros desafios que precisam ser enfrentados para viabilizar o novo combustível. “Temos uma rede de institutos de tecnologia e inovação, que realiza projetos de pesquisa aplicada com soluções para multiplicar o potencial do hidrogênio”, afirma Caetano.
Todas as regiões do estado com grandes polos industriais também são regiões potenciais para o uso do hidrogênio, o qual pode complementar o gás natural no processo de descarbonização da economia fluminense. Por exemplo, grandes siderúrgicas de aços e refinarias de petróleo poderão ser descarbonizadas a partir da molécula verde.
O potencial para hidrogênio se confirma ao longo de todo o estado. Hoje, o Rio já produz H2 a partir da energia nuclear, em Angra dos Reis, no Sul Fluminense. O processo de resfriamento e produção da energia nuclear já produz o energético. Já em Duque de Caxias, na Região Metropolitana, o combustível é produzido a partir do refino de petróleo.
No Leste Fluminense, o município de Maricá, além de estar na frente da Bacia de Santos, apresenta indicação de uma reserva natural do combustível, que pode ser explorada diretamente do reservatório.
Na capital da Energia do estado, Macaé se destaca por ser um dos principais pontos de entrada de gás offshore no país, uma das fontes potenciais para produção de hidrogênio. Além disso, em conjunto com outros municípios da região, como São João da Barra, também no Norte Fluminense, pode desenvolver a produção de hidrogênio de baixo carbono a partir das fazendas de energias eólica em alto mar.