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Falta de luz: saiba o motivo dela demorar tanto a voltar
Trabalhador terceirizado da Enel revela bastidores burocráticos da empresa, que atrapalham a vida do povo
Falta de luz: saiba o motivo dela demorar tanto a voltar
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Por: Saulo Andrade Data da Publicação: 23 de janeiro de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto: Reprodução

Choveu, ventou, a luz apagou. Esta é a realidade de muitos moradores de Niterói e de outras cidades do Leste Fluminense, que às vezes são obrigados a esperar por horas e até dias para o restabelecimento da energia elétrica.

Um funcionário de uma empresa terceirizada da concessionária Enel denunciou que, quando, por exemplo, um transformador falha, para trocá-lo, faz-se necessário passar "por um monte de lugar, da própria Enel, até ele ser trocado".

"O processo é demorado", disse, apontando que a Enel erra, em diversos procedimentos.

"Erra nos atendentes dela. Um cliente que liga para a empresa, reclamando, é transferido para vários carros [que se deslocam] para resolver os problemas. Não há um sistema de, quando o cliente ligar, apenas um atendente atender. São vários, atendendo apenas uma reclamação. E isso toma tempo", apontou o trabalhador, que preferiu não se identificar.

Precarização

Ainda de acordo com o terceirizado, cuja empresa não trabalha na área de emergência, no suporte, "não há material suficiente" para ele trabalhar nas ruas, o que atrapalha, no sentido de suprir as necessidades do cidadão.

"Alguns, ficam sem energia elétrica por uma semana, três, quatro dias. Quem está sem luz, não quer saber se você tem ou não material: só querem a luz de volta. Eu também passei o meu Natal sem luz", ressaltou.

No caso do problema de falta de energia elétrica dele, durante o Natal, a Enel culpou o fato por um defeito que, segundo o funcionário terceirizado da Enel, "não era o correto". 
"As empresas terceirizadas estão na mão da Enel. Elas não têm recursos para solucionar nenhum problema", denunciou.

Distribuição

Ainda de acordo com o trabalhador, todo o material de elétrica é repassado pela Enel às terceirizadas: todas têm seus respectivos almoxarifados.

"Havia, por exemplo, o da empresa italiana Valtelina, que já saiu do Brasil, por não ter aguentado o contrato. Ela tinha um almoxarifado, que não a pertencia: era da Enel, que cede os medidores, os parafusos magnéticos e outros itens. Mas quem trabalha dentro do almoxarifado da Enel são os terceirizados", explicou, acrescentando que, todos os meses, a concessionária realiza uma auditoria para verificar se o relatório de saída e entrada de material está correto.

"Em alguns lugares do Brasil, a Enel está saindo. É questão de tempo que ela perca o contrato aqui", disse, referindo-se à concessão, em cidades do estado do Rio.

Em nota, a Enel disse que possui um Centro de Operação e Controle, onde é feito “o monitoramento e a gestão” de toda a rede dos 66 municípios atendidos pela companhia.

“De lá, além da realização de manobras remotas, que agilizam a normalização dos clientes, é realizado o despacho e acompanhamento das equipes de campo, tanto com base nas informações do próprio Centro, como de eventuais ocorrências reportadas através dos canais de atendimento. Assim, de acordo com a necessidade apresentada, é definida a realização do serviço emergencial e eventuais medidas a serem adotadas no futuro”, ressaltou.

A empresa destaca também que “reduziu em 45%” a quantidade média das interrupções de energia e, “em 32%”, a duração média das interrupções.

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