Assinante
As armas furtadas de um quartel do Exército de São Paulo vão passar por perícia técnica para tentar identificar digitais nas metralhadoras e nos fuzis.
O armamento foi encontrado nesta quinta-feira (19) por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com apoio da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter) e da Inteligência do Exército Brasileiro. Oito armas que foram furtadas do Arsenal de Guerra do Quartel foram recuperadas na Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio.
Segundo o delegado titular da DRE, Rodrigo Coelho, a polícia está trabalhando para identificar os suspeitos pelo roubo, e ainda não há novidades.
“Quero parabenizar a Polícia Civil por essa apreensão. As investigações seguem avançando, com inteligência e aparato técnico. Nossa política de segurança atua fortemente para prender lideranças e asfixiar financeiramente as organizações criminosas. Não retrocederemos um milímetro sequer para essas máfias que atuam no Rio de Janeiro. O Estado não vai recuar,” disse o governador
Armas são as mesmas usadas pelo Hamas
De acordo com o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Marcus Amim, os deslocamentos das armas estavam sendo monitorados pela DRE.
“Essas metralhadoras foram adquiridas pela cúpula de uma facção criminosa, que está promovendo uma disputa territorial na Zona Oeste do Rio. Informações de inteligência detectaram hoje que o armamento estava sendo deslocado da Rocinha para a Gardênia. O governador nos passou a missão de descobrir onde estavam essas armas. Intensificamos as investigações, levantamos dados de inteligência e conseguimos localizar as armas - disse o secretário de Polícia Civil.
Ao todo, foram apreendidas quatro metralhadoras MAG 7.62 e quatro metralhadoras .50. As investigações continuam para identificar e responsabilizar todos os envolvidos no crime.
Comando Militar do Sudeste diz que “as armas foram desviadas mediante furto com participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo”
Segundo o Comando Militar do Sudeste, até o momento foram recuperadas 8 (oito) metralhadoras, sendo 4 (quatro) calibre .50 e 4 (quatro) calibre 7,62, fruto de uma ação integrada do Exército Brasileiro com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.
“Todos os esforços serão envidados para a recuperação total dos armamentos subtraídos. Em uma primeira fase, como consequência do ocorrido, foi instaurado um Inquérito Policial Militar, que corre em sigilo para não atrapalhar o curso das investigações. O Arsenal de Guerra de São Paulo permaneceu em prontidão com seu efetivo total de 10 até 17 de outubro, passando, nessa data, a situação de sobreaviso, com aproximadamente um terço dos militares aquartelados, tudo com o objetivo de contribuir com a investigação e possíveis ações necessárias.
“O Diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) será exonerado e nomeado o seu substituto. Todos os processos da Organização Militar estão sendo revistos e, paralelamente à investigação, os militares que tinham encargos de fiscalização e controle poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais irregularidades. Esses militares receberam um Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar e estão em curso de prazo para apresentação de suas defesas.
“Os militares temporários serão expulsos e os militares de carreira serão submetidos a Conselhos de justificação ou disciplina. A linha de investigação mais provável é de que as armas foram desviadas mediante furto com participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo, embora nenhuma hipótese tenha sido descartada até o presente momento.
“Há a possibilidade do extravio ter ocorrido no lapso temporal de 5 a 8 de setembro. As ações estão sendo conduzidas pelo Comando Militar do Sudeste, de maneira integrada com o apoio dos órgãos de segurança pública, agências e com orientação do Ministério Público Militar e da Justiça Militar da União, com o objetivo de apontar os responsáveis e recuperar o armamento no mais curto prazo. Em complemento às ações em curso, foi ativado um Centro de Operações, que se pretende ser interagências, para executar as ações de emprego de tropa, com o objetivo de realizar as diligências necessárias em apoio às investigações, em qualquer parte do território nacional. O Exército considera esse episódio inaceitável e envidará todos os esforços para responsabilizar os autores e recuperar todo o armamento, no mais curto prazo. Tudo está sendo investigado e os ilícitos e desvios de conduta serão responsabilizados nos rigores da lei.
Exército nomeia novo diretor
O Exército nomeou nesta sexta-feira (20) o novo diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo, de onde foram furtadas 21 metralhadoras. O coronel Mário Victor Vargas Junior, de 48 anos, assumirá o posto do quartel, localizado em Barueri, região metropolitana de São Paulo.
A nomeação foi divulgada no Diário Oficial e assinada pelo comandante do Exército, o general Tomás Ribeiro Paiva. Vargas ocupará o cargo que era do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, exonerado em meio às investigações do roubo de armas. Batista não será expulso da Força, apenas removido para outra função. Sua exoneração foi anunciada em entrevista coletiva concedida na noite de quinta-feira (19) pelo general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste.