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Ex-candidato do PL a prefeito de Maricá é investigado por corrupção
Operação do MP investiga desvio de recursos da moeda social Mumbuca
Ex-candidato do PL a prefeito de Maricá é investigado por corrupção
Foto do autor Anderson Carvalho Anderson Carvalho
Por: Anderson Carvalho Data da Publicação: 13 de novembro de 2024FacebookTwitterInstagram
Reprodução Facebook

Fabinho Sapo, candidato derrotado do PL a prefeito de Maricá nas eleições deste ano, é um dos alvos da Operação Escambo, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civis, deflagrada nesta quarta-feira, 13. Agentes do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP e da PC cumpriram oito mandados de busca e apreensão contra investigados por desvios de recursos públicos de programas sociais financiados com a Moeda Social Mumbuca, do município. 

Outros alvos foram comerciantes locais e pessoas físicas envolvidas diretamente no esquema. Eles são investigados, junto com Fabinho, em inquérito que apura crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. A investigação é conduzida pelo Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro. Segundo o MP, foi apurado um prejuízo de mais de R$ 64 milhões aos cofres públicos. A pedido do Gaeco, os mandados expedidos pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa são cumpridos em São Gonçalo, Niterói, Maricá e Tanguá.

 

Investigados abriram contas fraudulentas no Banco Mumbuca/Elsson Campos/Prefeitura de Maricá

 

Segundo o MP, o esquema consistia no desvio de recursos do Banco Mumbuca, através da criação de contas bancárias fraudulentas, muitas vezes sem o conhecimento dos beneficiários. Posteriormente, os criminosos entrariam em contato com comerciantes locais, oferecendo 10% do valor creditado em suas contas para que realizassem a conversão da moeda social em reais. Em seguida, os valores seriam transferidos para contas bancárias dos fraudadores.

De acordo com o Gaeco, o esquema é estruturado em três grupos: prospecção de comerciantes aptos a receberem os valores em moeda social Mumbuca para posterior conversão em reais; comerciantes que participam da fraude, retendo um percentual do valor recebido nas transações envolvendo a moeda social; e pessoas indicadas pelos prospectores para o recebimento dos valores em reais, após os comerciantes realizarem o câmbio Mumbuca-Real.

No cumprimento do mandado na casa de Fabinho Sapo, os agentes encontraram e apreenderam munição e carregador. Não foi informado se o político tem direito a porte de arma. Procurado pela reportagem, não respondeu até o fechamento desta edição. 

Também procurada, a prefeitura divulgou a seguinte nota: 

“A Prefeitura de Maricá apoia firmemente a operação para investigar os desvios de recursos por suspeitos de crime em um benefício social que atende as famílias que mais precisam e hoje beneficia mais de 90 mil pessoas.

Nenhum funcionário do Banco Mumbuca ou da Prefeitura está envolvido, e os comerciantes identificados como participantes da ação criminosa já foram descredenciados.

A Prefeitura e o banco colaboram com as investigações desde o início, estão indignados com esse golpe e esperam a devida punição da Justiça aos participantes que atuam contra a população da cidade.”, 

 

Prefeito eleito de Maricá, Washington Quaquá: “Vamos recadastrar os beneficiários”/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

 

O prefeito eleito de Maricá, Washington Quaquá (PT) também se manifestou sobre o fato em suas redes sociais: “Criei a Moeda Mumbuca para que ninguém passasse a fome que eu passei um dia. Agi pra garantir que os recursos públicos chegassem verdadeiramente a quem precisa e me deixa revoltado saber que a maior política pública da nossa cidade está sendo usada, de forma criminosa!

Todo o meu apoio às investigações e à polícia, que já está em atuação. A partir de janeiro de 2025, iremos intensificar a segurança, recadastrar os beneficiários e ampliar a fiscalização para que nossa população e nosso patrimônio fiquem protegidos de qualquer tentativa de golpe. Os responsáveis irão pagar pelo que fizeram!”, disse. 

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