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Estudo aponta que crianças estão ficando mais altas e mais obesas
A pesquisa se baseou na observação das medidas de mais de cinco milhões de crianças brasileiras
Estudo aponta que crianças estão ficando mais altas e mais obesas
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Por: A Tribuna Data da Publicação: 02 de abril de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Um estudo realizado por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), apontou que as crianças brasileiras estão ficando mais altas e mais obesas. A pesquisa foi feita em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais, a University College London e foi publicado no The Lancet Regional Health – Americas.

Entre 2001 e 2014, foi registrado um aumento de um centímetro na trajetória de altura infantil. As prevalências de excesso de peso e obesidade também apresentaram um aumento considerável entre os dados analisados.

A equipe utilizou o banco de dados formado pela vinculação de três sistemas administrativos: O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan).

A população total do estudo foi de 5.750.214 crianças, de 3 a 10 anos, que foram divididas em dois grupos, considerando os nascidos de 2001 a 2007, e os nascidos de 2008 a 2014. Ainda foram levadas em conta as diferenças entre os sexos declarados, ou seja, foi estimada uma trajetória média de índice de massa corporal (IMC) e altura para meninas, e outra para meninos.

A equipe de pesquisa pôde constatar um aumento na trajetória média de altura do grupo de 2008-2014 de aproximadamente 1 cm em ambos os sexos, em relação ao grupo de 2001-2007. Quanto à trajetória média de IMC, houve um aumento de 0,06 kg/m2 entre meninos e 0,04 kg/m2 entre meninas, para os dois grupos.

Numa comparação, a prevalência de excesso de peso para a faixa etária de 5 a 10 anos aumentou 3,2% entre meninos e 2,7% entre meninas. No caso da obesidade, o aumento da prevalência passou de 11,1% para 13,8%, entre os meninos, e de 9,1% para 11,2%, entre as meninas (um aumento de 2,7% e 2,1%, respectivamente).

O mesmo se deu para a faixa etária de 3 e 4 anos. Houve um aumento do excesso de peso em 0,9%, entre os meninos, e 0,8% entre meninas. Já para a obesidade, houve um aumento de 4% para 4,5%, nos meninos, e de 3,6% para 3,9% nas meninas. Um crescimento de 0,5% e 0,3%, respectivamente.

“Possuir uma estatura mais alta está associado a desfechos positivos na saúde, como menor probabilidade de doenças cardíacas, derrame, e maior longevidade. O crescimento na altura das crianças brasileiras reflete o desenvolvimento econômico e as melhorias das condições de vida de anos passados”, disse Carolina Vieira, pesquisadora associada ao Cidacs/Fiocruz Bahia e líder da investigação.

No entanto, a tendência de aumento da obesidade traz preocupações. Novos padrões na dieta, com destaque para o papel dos ultraprocessados, e o aumento do comportamento sedentário e inatividade física contribuem para este cenário, embora a obesidade seja uma doença complexa e multifatorial. Além disso, uma maior prevalência de obesidade traz consigo o risco do aumento de doenças crônicas não-transmissíveis.

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