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Os riscos de consumir tubarão com cocaína
Pesquisadores da Fiocruz analisaram 13 tubarões do litoral do Rio e todos apresentavam presença de cocaína. O filé de cação, por exemplo, é muito consumido.
Os riscos de consumir tubarão com cocaína
Foto do autor Gabriel Ferreira Gabriel Ferreira
Por: Gabriel Ferreira Data da Publicação: 23 de julho de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto: Divulgação

Após uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), que revela a presença  de cocaína em corpos de tubarões, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) emitiu um alerta para os consumidores de peixes, caso eles encontrem alguma substância psicoestimulante ao ingerir o alimento. 

Para Diogo Alves, presidente do CRMV-RJ, ao ingerir o peixe contaminado, o consumidor pode sofrer com os sintomas de taquicardia, aumento da pressão arterial e da temperatura corporal.

“Caso ocorra a ingestão em um peixe contaminado, o consumidor deve procurar assistência médica o quanto antes já que o entorpecente tem potencial estimulante, induzindo o corpo e o cérebro do indivíduo a trabalharem intensamente, causando taquicardia, aumento da pressão arterial e da temperatura corporal, podendo levar à morte”, explica.

O especialista diz ainda que o excesso da cocaína pode trazer sérios riscos a quem consome.

“A cocaína é uma substância da origem vegetal que apresenta propriedades psicoestimulantes. 

"No século XIX, passou a ser empregada na elaboração de formulações farmacêuticas para o tratamento de diversas doenças. 

"Entretanto, o uso desordenado dessa substância gerou importantes restrições de sua utilização. A intoxicação por cocaína é a superdosagem dessa droga”, conclui.

Relembre o caso

Foto: Divulgação

Um estudo elaborado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), encontrou cocaína nos corpos de tubarões recolhidos na costa do Rio de Janeiro. 

De acordo com as análises, a droga estava localizada nos músculos e no fígado dos animais.

Na ocasião, os pesquisadores analisaram 13 tubarões da espécie bico-fino retirados do mar fluminense. Em todos eles, havia cocaína. 

O estudo foi publicado, na última semana, na revista Science of the Total Environment.

Os tubarões eram comercializados por pescadores. Além da droga ter sido detectada em todos os animais, ela foi encontrada em uma quantidade 100 vezes maior do que vestígios encontrados em outras espécies animais em análises anteriores.

Dados da Polícia Federal mostram que o fluxo de cocaína vem aumentando nos últimos anos no Brasil. 

Entre os anos de 2021 e 2023, autoridades apreenderam 109,2 de toneladas da droga — boa parte delas em portos. O número em circulação, no entanto, pode ser muito maior.

De acordo com a corporação, um dos meios de transporte da droga é, justamente, pelo mar. 

Os traficantes contratam mergulhadores que colocam embalagens de cocaína para serem transportadas em cascos de navios. 

No entanto, pelo caminho, alguns deles se desprendem, permanecendo no mar e contaminando a água com a droga.

Os pesquisadores acreditam que há outras formas da droga chegar ao mar, como a drenagem de laboratórios ilegais, onde a cocaína é refinada até mesmo do esgoto.

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