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Escolas de samba repudiam resultado do Carnaval
Agremiações questionam critérios e justificativas das avaliações no Grupo Especial
Escolas de samba repudiam resultado do Carnaval
Foto do autor Redação Redação
Por: Redação Data da Publicação: 08 de março de 2025FacebookTwitterInstagram
Foto: RioTur

Após a apuração das notas do Carnaval 2025 no Rio de Janeiro, a tensão entre as escolas de samba do Grupo Especial se intensificou. Cinco agremiações, incluindo a vice-campeã Acadêmicos do Grande Rio e a rebaixada Unidos de Padre Miguel, apresentaram recursos à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) pedindo revisão das pontuações, com ênfase em justificativas que consideraram injustas e até discriminatórias.

Os comunicados emitidos pelas escolas destacaram expressões de revolta e indignação. A Grande Rio, que perdeu o título por apenas 0,1 ponto, contestou a avaliação da bateria, onde as notas 9,9 foram alvo de críticas, com jurados argumentando sobre a "falta de precisão" e a "projeção sonora" dos instrumentos. O mestre de bateria, Fafá, defendeu seu trabalho, alegando que a falha poderia ser atribuída ao sistema de som, e não à performance.

A Unidos de Padre Miguel, rebaixada à Série Ouro, também não ficou atrás. A escola argumentou que suas notas baixas foram prejudicadas por problemas técnicos e até levantou a questão do racismo, ao afirmar que uma penalização ocorreu devido a um "excesso de termos em iorubá" em seu samba-enredo, o que foi considerado por eles uma forma de marginalização da cultura afro-brasileira. O descontentamento geral ecoou entre outras escolas, como a Mocidade e a Vila Isabel, que também expressaram insatisfação com a falta de critérios claros nos julgamentos.

As reações não se limitaram às escolas que ficaram abaixo da expectativa. Até mesmo a Beija-Flor, campeã do carnaval, enfrentou questionamentos internos sobre a avaliação do casal de mestre-sala e porta-bandeira, que perdeu um décimo por supostas falhas de sintonia. A jurada responsável pela nota justificou que o desempenho não atendeu às suas expectativas.

O clima de revolta culminou em declarações contundentes por parte do Acadêmicos do Salgueiro, que chamou os jurados de "ladrões de plantão" e exigiu uma reforma no quadro de jurados para garantir uma avaliação mais justa e transparente no futuro.

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