A Operação Tempus Veritatis, deflagrada na manhã desta quinta-feira (8) pela Polícia Federal (PF), buscava cumprir mandados contra pessoas que supostamente estavam envolvidas na tentativa de golpe de Estado e invalidar as eleições de 2022. Um dos alvos da ação foi em Niterói.
O major Rafael Martins de Oliveira, das Forças Especiais do Exército, foi preso em Niterói na manhã desta quinta-feira (8), segundo informações do G1.
A reportagem de A TRIBUNA esteve no prédio localizado na rua General Pereira da Silva, no bairro de Icaraí, onde supostamente a ação teria ocorrido na manhã desta quinta. Os funcionários do prédio não quiseram falar sobre o assunto.
Segundo a PF, o grupo "se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital".
De acordo com a investigação, o major integrava o “Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas”.
O major faz parte das Forças Especiais do Exército, com sede em Goiânia.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva de quatro pessoas envolvidas na ação. Foram elas:
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
- Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército;
- Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.
Filipe, Marcelo e Rafael foram presos na manhã desta quinta-feira. Já Bernardo Romão Corrêa Netto está nos Estados Unidos. A PF vai comunicar o comando do Exército para que ele se apresente em solo brasileiro.
Entre os alvos de busca e apreensão e medidas cautelares estão:
- O ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de medidas restritivas – por exemplo, a entrega do passaporte às autoridades em até 24 horas.
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL – partido pelo qual Bolsonaro disputou a eleição de 2022;
- Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- O general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército;
- O almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
- Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado "gabinete do ódio".
- general Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
- Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como "mentor intelectual" da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres;
- Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello;
- Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
- Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário que teria ajudado a montar falso dossiê apontando fraude nas urnas eletrônicas;
- Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Barbosa Cid;
- José Eduardo de Oliveira e Silva, padre da diocese de Osasco;
- Mario Fernandes, comandante que ocupou cargos na Secretaria-Geral e era tido como homem de confiança de Bolsonaro;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior, oficial do Exército;
- Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, major do Exército.