Direito à Saúde: governo federal lança programa contra fake news
Saúde com Ciência recuperou cobertura vacinal contra HPV em 80%
Direito à Saúde: governo federal lança programa contra fake news
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Por: Saulo Andrade Data da Publicação: 24 de Outubro de 2023FacebookTwitterInstagram
Foto: Reprodução/Governo Federal

Informação factível, que salva vidas. Na tarde desta terça-feira (24), o Governo Federal lançou o Programa Saúde com Ciência, uma estratégia nacional, em defesa da vacinação e de combate à desinformação. O objetivo é fortalecer as políticas públicas de saúde e, a mesmo tempo, valorizar a ciência.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, abriu o evento, realizado no Centro Internacional de Convenções do Brasil, sublinhando que a aliança das pautas da saúde, com a ciência, “é fundamental”, porque a desinformação causa riscos às vidas dos brasileiros. 

“É algo que deve mobilizar os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Nossa assessoria de comunicação social se uniu por essa pauta. Todas as áreas da saúde são afetadas, com essa questão da comunicação. Temos de dirigir a mensagem aos profissionais da saúde. Esta é uma ação que deve envolver toda a sociedade. Não adianta o Brasil ter uma grande capacidade de produção de vacinas, se a população não se vacinar”, ressaltou Trindade.

Entre os anúncios do programa, está a criação da Estratégia de Enfrentamento à Desinformação, em defesa do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e das Políticas de Saúde Pública. A Estratégia terá a coordenação da Secretaria de Comunicação do governo e contará com a cooperação interministerial, focada no desenvolvimento de soluções que identifiquem a desinformação e promovam informações íntegras, de maneira preventiva.

Resultados concretos

O Saúde com Ciência está orientado, em sua fase inicial, ao enfrentamento à desinformação, no contexto das vacinas e no desenvolvimento de estratégias para reduzir e diminuir o efeito desses conteúdos, nas ações do PNI.

De acordo com a ministra, trata-se de um “pilar importantíssimo” de toda nossa vigilância sanitária do país, porque, muitas vezes, “não vemos esse trabalho”, que é feito em cada local, em todos os estados do Brasil, a fim de superar a situação atual, de baixa vacinação. 

“Uma das vacinas que foi mais alvo de fake news foi a do HPV, que é fundamental para o enfrentamento ao câncer de colo de útero. Temos um dado consolidado: neste ano, o alcance dessa vacinação foi de 80%”, celebrou.

Nísia destacou, também, que a estratégia do Ministério da Saúde é buscar entender o fenômeno da disseminação das fake news, para responder a seus efeitos negativos. Ela apresentou dados, dando conta de que, por exemplo, 6.841 conteúdos, considerados como desinformação, impactaram mais de seis milhões de usuários. 

“São notícias criminosas, que colocam em risco a vida das pessoas, com impactos na sociedade. A vacina de covid 19 passou por todos os testes. Elas resultam de 10 anos de pesquisas. São seguras, eficazes. Com a vacinação, reduzimos as mortes no Brasil”, frisou a gestora. 

Olimpíadas contra a desinformação

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou que precisamos fazer uma “grande força-tarefa”, contra qualquer tipo de obscurantismo. Ela se remeteu ao caso da vacinação infantil que, graças ao negacionismo, reduziu a cobertura vacinal. 

“O governo atual dá uma demonstração inequívoca de combate a esse negacionismo, através do Programa Saúde com Ciência”, comparou, ressaltando que fará uma olimpíada contra a desinformação para 400 mil estudantes do ensino médio. 

Ainda de acordo com a ministra, o lançamento deste programa revela o “encontro da luta democrática”. Isso porque, segundo ela, a saúde brasileira sempre “enfrentou períodos de grandes desafios”. 

“O governo anterior perseguiu pesquisadores e cientistas. O negacionismo científico revelou sua face mais cruel na pandemia, difundindo tratamentos, sem comprovação científica”, reiterou Luciana Santos. 

Outro Ministério presente no programa é o da Justiça e Segurança Pública. Titular da pasta, Flávio Dino ressaltou a importância do ato de inauguração do Saúde com Ciência. 

“Estamos contrastando com a ideologia do ódio. Hoje, numa comissão da Câmara, me xingaram de tudo que é nome. Eu ri. Diferente da agressão, a gente, que tem a verdade do lado, luta rindo. A gente vence, venceu e vai vencer sempre. Este é um ato de amor”, ressaltou Dino, complementando que, em relação às vacinas, “temos uma falácia”, que é o tema da liberdade. 

“Essa gente farisaica, se diz defensora da liberdade. Nós defendemos a vida. O que eles defendem é a morte e o crime. Não somos a favor de censura, mas estamos com o Supremo Tribunal Federal, que decidiu isso, corretamente, em nome do amor, da solidariedade e dos valores que embasam a sociedade democrática. Compareço aqui para dar esse testemunho e prestar essa solidariedade. Se o Zé Gotinha precisar da espada da democracia, nós estamos aqui. Trabalhamos juntos”, concluiu o ministro. 

Experiência internacional

Responsável por tratar do tema da integridade da informação, o ministro da Secretaria da Comunicação, Paulo Pimenta – que também faz parte do programa -, frisou que o país está construindo uma experiência inovadora. 

“Estamos tratando de um caso concreto, muito delicado. Estamos falando da vida das pessoas. A fake news mata e matou muita gente, durante a pandemia. O vírus do sarampo voltou a circular novamente, por conta do negacionismo e da desinformação. Podemos levar essa nossa iniciativa a outros fóruns internacionais”, sublinhou Pimenta, destacando outra iniciativa do governo: a olimpíada contra a desinformação. 

“Os 400 mil jovens vão debater a qualidade da informação e se tornarão referência para suas famílias”, sublinhou.    

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