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No dia 10 de novembro, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. Atualmente, aproximadamente 10 milhões de brasileiros têm algum problema auditivo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, existem cinco tipos de surdez: ligeira, média, severa, profunda e cofose. Veja, abaixo, a definição de cada uma.
Ligeira: a palavra é ouvida, mas certos elementos fonéticos escapam ao indivíduo. Este tipo de surdez não provoca atrasos na aquisição da linguagem, porém há dificuldades em ouvir uma conversa normal.
Média: a palavra só é ouvida a uma intensidade muito forte; dificuldades na aquisição da linguagem; perturbação da articulação da palavra e da linguagem; dificuldades em falar ao telefone; necessidade de leitura labial para a compreensão do que é dito.
Severa: a palavra em tom normal não é percebida; é necessário gritar para ter sensação auditiva; perturbações na voz e na fonética da palavra; intensa necessidade de leitura labial.
Profunda: nenhuma sensação auditiva; perturbações intensas na fala; dificuldades intensas na aquisição da linguagem oral; adquire facilmente Língua Gestual.
Cofose: surdez completa; ausência total do som.
A Tribuna conversou com o otorrinolaringologista Gabriel Caetani, que tirou algumas dúvidas sobre os problemas auditivos e quais medidas as pessoas devem tomar, caso sintam que a audição está piorando.
Quais os principais sintomas que os cidadãos precisam ficar atentos?
“As principais queixas são de conseguirem escutar, mas não entenderem. Isto acontece, porque a perda auditiva não ocorre da mesma maneira, nas diversas frequências do som. Ela começa nas mais agudas e altas, como em alguns fonemas: o efe, o vê, o xis e o esse. O zumbido também pode estar envolvido com a perda auditiva. Outro sintoma é a oscilação da audição ao longo do dia. Em alguns casos, o paciente também pode ter uma dor local. Essas queixas são avaliadas, para o diagnóstico”.
O médico também reforça que existem diversas causas de perda auditiva, podendo ser genéticas ou adquiridas. Portanto, o acompanhamento é fundamental.
Com relação aos exames, Gabriel diz que a audiometria convencional começa a ser realizada em crianças de 4 anos. Em casos de perda auditiva, o recomendável é fazer uma vez ao ano. Se não houver queixas, o exame pode ser feito uma vez, enquanto não houver reclamações.
Ano passado, um estudo da revista BMJ Global Health mostrou que, no mundo, quase um bilhão de pessoas tiveram prejuízo na audição, devido ao uso de fones de ouvido. Gabriel deu algumas recomendações que podem ser tomadas, também quando a exposição a sons altos, no dia a dia, for inevitável.
“Com relação aos fones de ouvido, as principais medidas são: não usar mais de uma hora. Caso seja necessário, fazer intervalos de dez minutos a cada hora. Dar preferência a headphones e evitar os interauricolares. Não colocar o volume acima dos 80% do dispositivo. O ideal é ficar de 50% pra baixo. Não compartilhar os fones, já que eles podem conter bactérias (...) No dia a dia, existem os Equipamentos de Proteção Individual, os EPIs. Eles variam de acordo com o volume a que a pessoa é exposta. Existem diferentes EPIs para diferentes exposições. Outra medida é, em um show, por exemplo, não ficar na reta das caixas de som, evitar a exposição à uma pressão sonora próxima”, concluiu.
Em Niterói, a secretaria municipal de Saúde possui o Serviço de Atenção à Saúde Auditiva (SASA). Caso o morador perceba algum sintoma de perda de audição, deve procurar a unidade de saúde mais próxima, para agendamento de consulta médica e marcação dos exames necessários. Se confirmada a baixa auditiva, o paciente é encaminhado para o SASA.
O município também possui convênio com a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Audição de Niterói – Apada. O paciente é encaminhado, pela sua unidade de saúde de referência, para a realização de exames audiológicos, tratamento e acompanhamento dos usuários do SUS.