Dia Mundial do Diabetes liga alerta sobre a doença
Cerca de 540 milhões de pessoas vivem com a condição, ao redor do globo
Dia Mundial do Diabetes liga alerta sobre a doença
Luan Sanchez
Por: Luan Sanchez Data da Publicação: 14 de Novembro de 2023FacebookTwitterInstagram
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O diabetes é uma doença silenciosa e perigosa. Nesta terça-feira (14), é celebrado o Dia Mundial do Diabetes. A data foi instaurada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), em 1991, para conscientizar sobre a preocupação com a doença.

O diabetes é causado pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. A insuficiência de insulina faz com que a quebra das moléculas de glicose (açúcar) não ocorra, não gerando energia para as células e aumentando os níveis de açúcar no organismo. Essas altas taxas de glicemia podem causar malefícios no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos, podendo ser fatal.

Confira, abaixo, a definição dos tipos 1 e 2 do diabetes, segundo o Ministério da Saúde:

Tipo 1: Sabe-se que, via de regra, é uma doença crônica não transmissível, hereditária, que concentra entre 5% e 10% do total de diabéticos no Brasil. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. O diabetes tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Pessoas com parentes próximos que têm ou tiveram a doença devem fazer exames regularmente para acompanhar a glicose no sangue. O tratamento exige o uso diário de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose no sangue. A causa do diabetes tipo 1 ainda é desconhecida e a melhor forma de preveni-la é com práticas de vida saudáveis (alimentação, atividades físicas e evitando álcool, tabaco e outras drogas).

Tipo 2: O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa do diabetes tipo 2 está diretamente relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Por isso, é essencial manter acompanhamento médico para tratar, também, essas outras doenças, que podem aparecer junto com o diabetes. Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA): Atinge basicamente os adultos e representa um agravamento do diabetes tipo 2. Caracteriza-se, basicamente, no desenvolvimento de um processo autoimune do organismo, que começa a atacar as células do pâncreas.

Segundo o Atlas da IDF, que leva em conta dados entre 2019 e 2021, cerca de 540 milhões de pessoas são diabéticas, ao redor do planeta. No Brasil, são aproximadamente 16 milhões de registros. De acordo com outro estudo da IDF, 70% dos entrevistados brasileiros só são diagnosticados quando já apresentam sintomas graves da doença. Já 90% apresentam alguma complicação relacionada ao diabetes.

Uma amostragem do T1D Index apontou que, com o tratamento feito de forma correta, a expectativa de vida de uma pessoa diabética pode aumentar em 33 anos. Em 2023, cerca de 242 mil pessoas poderiam estar vivas, se não fossem os malefícios causados pelo diabetes tipo 1.

A Tribuna conversou com a cardiologista Camila Lima, que destacou as formas como o aumento das taxas de glicose no sangue podem ser prejudiciais.

“A Diabetes é uma doença sistêmica, que pode gerar diversas alterações em outros órgãos. Uma das principais sequelas é a alteração na microcirculação, que prejudica a vascularização adequada das extremidades e pode causar a perda de parte da sensibilidade, principalmente nos pés. É frequente o surgimento de uma pequena ferida, sem que o paciente note. Essa ferida vai demorar para cicatrizar, já que a vascularização está prejudicada, podendo aumentar e se tornar uma ferida mais grave. Com frequência, essas feridas, principalmente nos pés, se agravam e podem levar a casos de amputação, às vezes de um dos dedos, ou então do membro inteiro. A pessoa diabética também pode apresentar placas que bloqueiam grandes artérias do corpo, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, como o AVC e o infarto. A diabetes também é a segunda maior causa de doença renal crônica, com evolução para diálise”.

A reportagem também consultou a nutricionista Maria Leticia Franco, que explicou quais sintomas devem ser observados, em caso de suspeita ou confirmação de diabetes.

“Alguns sinais merecem mais atenção, como sede constante e anormal; vontade excessiva de urinar; fome em excesso; dificuldade de cicatrização; alterações involuntárias de peso corporal”.

Ela também ressaltou a importância na diminuição de açúcares, após a confirmação da doença, e explica opções viáveis de substituição.

“O açúcar é fonte de energia para o organismo, como qualquer outro carboidrato. É importante que haja redução na ingestão total de açúcares e carboidratos, principalmente os refinados, visando melhor controle do diabetes. Indivíduos com o tipo 2 devem priorizar o uso de carboidratos de vegetais, legumes, leguminosas, frutas, laticínios e grãos integrais, o que favorece a redução do índice glicêmico das refeições”.

Já o professor de educação física Juan Oliveira indicou exercícios, para quem passa o dia trabalhando, ou não consegue, por qualquer outro motivo, frequentar um local com acompanhamento de um profissional de saúde.

“Cerca de 15 a 20 minutos, diariamente, de uma caminhada ou subida na escada, que possa substituir um ônibus ou elevador, já trazem benefícios diretos à saúde como um todo, principalmente na diabetes”.

Porém, ele enfatizou que qualquer prática mais elaborada, ou para uma assistência mais ampla, o acompanhamento profissional é de imensa importância.

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