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Nessa terça feira (10) é comemorado o Dia Internacional da Superdotação e de acordo com o Censo Escolar 2020, há 24.424 estudantes com perfil de altas habilidades/superdotação matriculados na educação especial, mas o número real pode ser ainda maior. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 5% da população têm algum tipo de alta habilidade e se considerarem os mais de 47 milhões de alunos, o país teria 2,3 milhões de estudantes nesse nicho.
Em Niterói a família Silva tem muito o que explicar sobre o assunto. Aos 16 anos, Katherine da Silva de Jesus passou para três faculdades federais no curso mais difícil de aprovação, medicina. A então adolescente passou em primeiro lugar na Universidade Federal Fluminense, em primeiro lugar na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e em segundo lugar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj). A menina prodígio escolheu a UFF por proximidade de casa. Mas os títulos que coleciona não param por aí. No ensino médio, por exemplo, passou em quinto lugar no Colégio Pedro II e em sétimo lugar no Instituto Federal do Rio de Janeiro (Ifrj); além de olimpíadas de matemática e redação, por exemplo.
A mãe, a dona de casa Katia Regina da Silva, 57 anos, explicou que nunca fez o exame para diagnosticar, biologicamente a superdotação da sua filha. Muitas pessoas me falam isso mas nunca fiz. Primeiramente me sinto muito lisonjeada e muito orgulho da minha filha. Feliz com os valores, caráter, índole e tudo o mais que eu pude passar a ela. Agradeço a Deus todos os dias por ele ter me concedido essa missão e como dizem: missão dada, missão cumprida, brincou a moradora do Ingá.
Questionada sobre como se sente em ter altos índices de rendimentos, Katherine, foi singela. Eu acho que nunca me senti diferente, sempre notei que eu tinha facilidade em aprender certas áreas e que eu tinha uma memória boa. Mas nunca cogitei ser superdotada nem nada. Sempre me achei igual aos meus colegas, ainda que eu fosse mais nova do que eles, ponderou a universitária que hoje está com 18 anos.
Mas os testes não são únicos responsáveis para apontar as habilidades. O psicólogo Alexander Bez, profissional com especializações em saúde mental nas universidades de Miami e da Califórnia, explicou essa questão. As características das crianças superdotadas são bem diferenciadas. A habilidade em aprender rápido é sempre incontestável. Elas têm facilidade em desenvolver um vocabulário mais amplo, maior interesse no aprendizado, como também em assuntos gerais, contou.
De acordo com o Conselho Brasileiro para a Superdotação (ConBraSD) a data foi criada pelo Conselho Mundial das Crianças Superdotadas e Talentosas, em 2011, no encontro realizado em Praga, na República Tcheca, com a finalidade de apoiar e dar visibilidade às ações voltadas para os estudantes superdotados em todo mundo. Esta é uma área que vem crescendo no Brasil e a cada ano que passa constata-se um aumento no número de pesquisas, publicações e pessoas interessadas e envolvidas.