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O delegado Gustavo Stteel, que foi detido na última quarta, foi preso sob a acusação de vazar informações confidenciais para membros do Comando Vermelho (CV), a facção criminosa que domina grande parte do tráfico de drogas no Rio de Janeiro. A prisão ocorreu no âmbito da investigação que já havia levado à detenção do ex-deputado estadual TH Joias, acusado de ser um dos principais operadores financeiros do CV.
As investigações apontam que Stteel, em troca de favores teria repassado dados sigilosos sobre as operações da polícia contra o CV, comprometendo a segurança das investigações e colocando em risco a vida de outros agentes. Entre as informações vazadas estaria a foto de um delegado envolvido no caso, facilitando a identificação do agente por parte dos criminosos.
A suspeita é que Stteel mantinha uma relação de "troca de favores" com um ex-assessor de TH Joias, com quem planejava abrir uma empresa. A prisão do delegado lança uma sombra sobre a integridade da Polícia Federal e levanta sérias questões sobre a infiltração do crime organizado nas instituições do Estado.
Este não é o primeiro escândalo na carreira de Gustavo Stteel. Em 2008, ele já havia sido preso por envolvimento em uma quadrilha de adulteração de combustíveis. A defesa de Stteel alega que as acusações se baseiam em interpretações equivocadas de conversas e que as informações repassadas eram de acesso público.
O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal continuam a investigar o caso, buscando esclarecer a extensão do envolvimento de Stteel e identificar outros possíveis participantes no esquema de corrupção. A prisão do delegado representa um duro golpe para a Polícia Federal e expõe a ousadia do crime organizado em sua busca por proteção e impunidade.