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Num clima de otimismo e retomada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inaugurou, nesta sexta-feira (13), em Itaboraí, o Complexo de Energias Boaventura, da Petrobras. Trata-se, na verdade, do Polo Gaslub - o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro), recentemente rebatizado pela companhia petrolífera.
Considerada a maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do Brasil, ela faz parte do Projeto Integrado Rota 3 (PIR3), que receberá o gás do pré-sal da Bacia de Santos (SP), transportado pelo gasoduto Rota 3, que começará a operar em breve.
Vestido com o uniforme laranja da Petrobras, Lula se disse "orgulhoso":
"A Petrobras está no meu sangue. Esta empresa está crescendo porque o Brasil não precisa baixar a cabeça para ninguém. Estabelecemos cota de 65% de produção nacional para a Petrobras, que deve servir ao povo brasileiro".
Soberania nacional
A previsão é de que o PIR3 viabilize o escoamento de até 18 milhões de metros cúbicos por dia, com o processamento de até 21 milhões de gás pela UPGN. O aumento da oferta de gás natural no mercado brasileiro visa reduzir a dependência de importações.
As primeiras operações devem ocorrer na primeira quinzena de outubro. A previsão é contratar cerca de 10 mil trabalhadores. Entre funcionários próprios e terceirizados, o Complexo conta, hoje, com mais de 600 profissionais, trabalhando na operação, manutenção de equipamentos e suporte operacional do gasoduto e das plantas de processamento de gás e de utilidades.
Além do gasoduto implantado para o escoamento de gás natural e da UPGN, a Petrobras está trabalhando em projetos no Complexo, que incluem duas termelétricas a gás, para participação nos leilões previstos pelo setor elétrico, e unidades de refino para produção de combustíveis e de lubrificantes.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que a Petrobras, sob a liderança do presidente Lula, "não está mais à venda". "Defender a Petrobras é defender o Brasil. Reduzimos o preço de competitividade interna e a sociedade brasileira não vai ficar à mercê da volatilidade internacional. Estamos buscando a soberania nacional", sublinhou o ministro, acrescentando que o preço do gás pode diminuir, na ponta, para o consumidor brasileiro.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que um dos objetivos da companhia é gerar cerca de 10 mil postos nas obras do complexo; além de 3 mil empregos permanentes. "Vamos qualificar 20 mil pessoas, em situação de vulnerabilidade social, no programa de parceria da Petrobras com o Sesi-Senai", ressaltou.
Prevê-se também que o conjunto de unidades poderá produzir cerca de 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de Grupo II; e também 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação (QAV-1), com baixíssimo teor de enxofre. A companhia pretende instalar uma nova usina no complexo, cuja capacidade é gerar 400 megawats.
História
O projeto de se construir um complexo petroquímico no estado começou em 2006, mas foi em 2015, com a Operação Lava Jato, que o sonho de se gerar emprego e renda no setor de óleo e gás começou a ruir: o Comperj foi diretamente afetado pelas investigações conduzidas, na época, pelo então juiz Sérgio Moro, que inviabilizou a continuidade das obras.
O Complexo de Energias Boaventura faz alusão ao Convento São Boaventura, que fica dentro da unidade, e é considerado uma das primeiras construções da região que hoje é conhecida como a cidade de Itaboraí. Vale lembrar que as ruínas do convento foram conservadas pela Petrobras.
Políticos do Leste Fluminense
Dentre as autoridade locais presentes no evento, o prefeito de Maricá, Fabiano Horta, além das deputadas estaduais Verônica Lima e Zeidan (todos do PT).