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Comércio eletrônico atinge maior receita de sua história em 2023
Estudo da FecomercioSP mostrou o crescimento do setor no ano passado
Comércio eletrônico atinge maior receita de sua história em 2023
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Por: Redação Data da Publicação: 29 de outubro de 2024FacebookTwitterInstagram
FOTO: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O comércio eletrônico brasileiro vendeu, em 2023, o maior montante da sua história, segundo um grande estudo produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). No total, as receitas somaram R$ 205,1 bilhões, expansão tímida de 0,2% em relação a 2022.

É significativo que, há sete anos, esse montante era quatro vezes menor (R$ 53 bilhões em 2016, considerando a inflação). Tão relevante quanto é o fato de o e-commerce ter consolidado a própria posição no varejo nacional, representando o equivalente, atualmente, a 6,9% de todas as vendas desse setor. Sete anos atrás, esse porcentual era de 2,4%.

O smartphone foi o produto campeão de vendas de 2023, com um volume de compras de R$ 10,8 bilhões no setor. Esse valor é quase o dobro da segunda mercadoria mais adquirida pela internet no ano (livros e impressos semelhantes), somando R$ 6,7 bilhões. Na sequência, estão aparelhos de televisão (R$ 5,6 bilhões) e geladeiras (R$ 5,3 bilhões).

Na análise da Federação, a pandemia de covid-19 foi um momento definitivo para o salto do comércio eletrônico. Em 2020, por exemplo, o setor aumentou o faturamento em 80,9% em comparação ao ano anterior, último antes da crise sanitária. Foi uma elevação quase quatro vezes maior do que a registrada entre 2018 e 2019. Desde então, o e-commerce sustentou esse avanço das receitas, ainda que não na mesma velocidade. O ano de 2023 foi o segundo em que o volume total ficou acima dos R$ 200 bilhões.

Mas não só isso: segundo a Entidade, fatores que, antes, exerciam um papel decisivo no reforço da preferência dos consumidores pelo varejo físico, como o longo prazo de entrega dos produtos comprados online, a insegurança em disponibilizar dados bancários na internet e o próprio acesso da população à modalidade do cartão de crédito, foram superados. As empresas do e-commerce diminuíram substancialmente esses intervalos logísticos, às vezes entregando os itens no mesmo dia da compra, e criaram estruturas financeiras mais confiáveis para pagamentos. Em paralelo, o cartão assumiu lugar importante no orçamento das famílias brasileiras.

Por outro lado, a FecomercioSP entende que havia espaço para uma alta ainda mais forte no ano passado, o que não se confirmou por uma série de fatores, desde a conjuntura econômica, marcada pela inadimplência da população (24% das famílias paulistanas conviveram com contas atrasadas no primeiro semestre daquele ano) e por juros altos, que encareceram a tomada de crédito.

Como esse contexto mudou em 2024, a previsão é de que o comércio eletrônico volte a registrar um número recorde de vendas ao fim deste ano. Conta para esse otimismo, por exemplo, a elevação das receitas do varejo físico no primeiro semestre (5,1%), aliada a uma inflação controlada, uma taxa de desemprego baixíssima (6,6% no trimestre encerrado em agosto, segundo o IBGE) e, por consequência, uma massa de renda maior das famílias.

Os dados da FecomercioSP ainda mostram que São Paulo é o maior mercado consumidor de produtos no e-commerce, assim como é de onde sai a maior parte das vendas para outras unidades federativas, levando em conta apenas transações realizadas por empresas sediadas no Brasil e entre empresas e consumidores. No ano passado, 32% de toda a movimentação do setor, em nível nacional, foi realizada em São Paulo. Em outras palavras, de cada R$ 100 que circularam pelo comércio eletrônico do País, R$ 32 passaram pelo mercado consumidor paulista.

Dois outros estados do Sudeste completaram esse pódio, Minas Gerais (R$ 23,1 bilhões, ou 11,3% de todas as vendas do e-commerce) e Rio de Janeiro (R$ 19,9 bilhões). De acordo com a Entidade, são dados que se explicam, dentre vários fatores, pela maior facilidade logística da região e pela sua participação mais intensa na composição do PIB brasileiro.

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