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Governador defende abordagem da PM a adolescentes em Ipanema
Governador negou que os policiais tenham agido de maneira racista e criticou postura do Itamaraty no caso
Governador defende abordagem da PM a adolescentes em Ipanema
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 09 de julho de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto: Divulgação (Governo do Rio)

O governador Claudio Castro defendeu, nesta terça-feira (9), a atuação da Polícia Militar no episódio envolvendo um grupo de adolescentes, entre eles três negros, abordados em Ipanema, na Zona Sul do Rio. 

Castro destacou que não foi procurado por nenhum representante do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e criticou a forma como o caso foi tratado pelo órgão.

Ao saber da abordagem e ver as imagens da câmera se segurança do prédio, Rhaiana Rondon, mãe de um dos jovens que moram no Rio, acusou os policiais de racismo. 

O vídeo mostra os adolescentes chegando na portaria do prédio na Rua Prudente de Morais quando uma viatura da PM para bruscamente em cima da calçada.

Com as armas em punho, os PMs desceram da viatura e obrigaram os jovens a encostar na parede. 

Os adolescentes foram submetidos a revista, antes mesmo de os agentes pedirem algum tipo de identificação.

Apesar do grupo ser formado por dois jovens brancos e três negros, somente os negros foram revistados, enquanto os brancos foram tratados de forma diferente. 

Os adolescentes, que moram em Brasília, são filhos de diplomatas e tinham acabado de chegar ao Rio para passar cinco dias de férias com os amigos.

Foto: Reprodução

Na avaliação de Castro, não houve ato de racismo praticado pelos policiais. 

De acordo com o governador, a ação dos PMs foi pautada em uma demanda dos moradores do bairro, que relatam constantes delitos, como furtos e roubos, praticados por jovens na região.

"A gente tem que entender um pouco a complexidade do trabalho policial. Naquela região ali, o que os moradores mais reclamam é exatamente dos assaltos feitos por jovens. 

"Aquele policial tá ali, como todos os outros que estão ali, procurando exatamente situações de jovens praticando delitos. 

"O pessoal ficou falando da questão de racismo, mas tinham jovens negros e brancos. Então se houve algum erro, a Corregedoria tá investigando", disse o governador do Rio.

"É muito complicado pro policial saber se é filho de um diplomata ou se é alguém que tá cometendo um delito. Crucificar o policial é o mais fácil. 

"Se teve erro, nós vamos corrigir, mas a gente tem que entender a complexidade da região. Já pedi ao coronel Menezes (comandante da Polícia Militar) que coloque todos eles em algum treinamento, reciclagem. 

"Quanto mais a gente puder fazer para melhorar a abordagem policial melhor, mas eu não vou crucificar o meu policial", complementou.

O Ministério das Relações Exteriores fez um pedido formal de desculpas às famílias dos adolescentes negros filhos de diplomatas e disse que acionaria o governo fluminense para solicitar apuração rigorosa e responsabilização adequada dos policiais envolvidos na abordagem. 

"O governador do Rio, no entanto, negou que tenha sido procurado por algum representante do Itamaraty e reprovou a postura do ministério na condução do caso.

"Eles preferiram botar nota pública antes de saber o que aconteceu. Acho até que isso é uma coisa que a gente tem que tomar cuidado, porque atacar a polícia antes de saber o que aconteceu é muito fácil. 

"Espero por parte do Itamaraty um pouco mais de respeito e consideração pela Polícia Militar. 

"Quando os filhos deles estão aqui quem vai defender é a polícia. Então atacar a polícia sem ao menos ligar antes para dialogar. 

"A gente tem que tirar a política disso e começar a entender que aqui se faz Segurança Pública. A polícia tá aqui para defender o cidadão, se ela errar será corrigida. A gente não vai crucificar um policial que tá lá fazendo o seu trabalho", afirmou Castro.

O Ministério da Igualdade Racial classificou a condução dos policiais como violenta e irresponsável e se solidarizou com cada um dos jovens e seus familiares. 

A pasta salientou que independente da classe social, das relações políticas e familiares, do local no qual se encontrem as crianças e os jovens negros, como a todas as crianças e jovens no Brasil, a garantia de uma vida com dignidade, livre de violência, com perspectivas de futuro, com respeito aos direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente deveria ser a regra.

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