Chegam a 50 por mês as colisões de aviões de linha aérea com aves
Chegam a 50 por mês as colisões de aviões de linha aérea com aves
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Por: Redação Data da Publicação: 24 de Outubro de 2023FacebookTwitterInstagram
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Dados do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER), do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), mostram que cerca de 50 colisões de aviões de linha aérea com aves, os chamados “bird strikes”, estão acontecendo por mês no Brasil.

O portal AEROIN informa que segundo o painel de estatísticas da autoridade brasileira de investigação aeronáutica, em agosto e setembro de 2023 foram registradas, respectivamente, 48 e 54 ocorrências do tipo “BIRD”, subtipo “COLISÃO COM AVE”, em operações de natureza “REGULAR”.

Além disso, os dados parciais de outubro mostram que já há 24 registros até o dia 13, portanto, uma média parcial semelhante à de setembro.

Conforme mostra o levantamento apresentado a seguir, feito pelo AEROIN com base no banco de dados do SIPAER, o aeroporto com os maiores registros de ocorrências de colisão com ave, nos três meses citados, é o Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), com 5, 7 e 4 ocorrências em agosto, setembro e outubro (parcial até dia 13), respectivamente, totalizando 16.

Em seguida, está o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com 2, 7 e 2, totalizando 11, e depois o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com 1, 6 e 2, totalizando 9.

Com relação às empresas aéreas, a Azul Linhas Aéreas é a mais afetada por esse tipo de ocorrência, com praticamente o dobro da segunda colocada, a LATAM, no somatório dos três meses. A Azul teve 64 ocorrências, ou quase 51% do total, enquanto a LATAM teve 34 e a GOL, 24.

No entanto, é preciso saber, por exemplo, quantos voos são feitos, para se ter uma ideia de proporcionalidade.

Os dados mais recentes do mercado aéreo brasileiro, publicados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), mostram que em agosto de 2023 foram realizados 68.940 voos domésticos e 10.278 internacionais no transporte comercial de passageiros e cargas, totalizando 79.218.

Assim, para o referido mês, que teve 48 colisões, houve uma média de cerca de uma colisão a cada 1.650 voos, considerando-se este segmento da aviação nacional (outros segmentos e aeroportos podem apresentar taxas maiores, já que na aviação regular costuma haver mais ações voltadas a mitigar esse tipo de ocorrência).

A maioria das colisões com aves não gera consequências às aeronaves, porém, em alguns casos, há danos e necessidade de um pouso não programado, além, é claro, dos excepcionais casos como o do A320 que pousou no rio Hudson, nos Estados Unidos, pois teve perda da potência de ambos os motores após ingestão de várias aves.

Logo, o mais importante em relação a esses dados acaba por não ser a quantidade total, mas sim, quais aeroportos estão tendo as maiores taxas, para que estes possam avaliar as causas e adotar medidas para sua redução.
 

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