Por ano, Brasil resgata 185 mil animais abandonados nas ruas
A TRIBUNA ouviu ONGs de Niterói para entender como funciona o processo de resgate
Por ano, Brasil resgata 185 mil animais abandonados nas ruas
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Por: Gabriel Ferreira Data da Publicação: 28 de Outubro de 2023FacebookTwitterInstagram
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Em Niterói, a população animal está estimada em 86.715 animais, enquanto no Brasil, cerca de 185 mil animais são resgatados por grupos protetores e organizações não-governamentais (ONGs).

Desses animais, 96% são cães (177.562) e 4% gatos (7.398). A pesquisa realizada pelo Instituto Pet Brasil, se baseou na classificação de animais em situação de abandono, aqueles que foram resgatados por maus-tratos ou largados e que vivem por um determinado tempo sem dono definido.

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A TRIBUNA conversou com a Camille Freitas, que é colaboradora fixa da Associação Casa do Cão & Gato, localizada no Morro do Castro, em Niterói.

Ela conta ainda que a ONG resgata animais que são deixados na porta da instituição e conta com a ajuda de doações e lares temporários.

"A nossa luta começou em 1997 com a Bárbara Ribeiro, que era uma protetora de animais no Rio, onde ela mora até hoje e ao ver os animais nas ruas.

Ela resgatava e levava para casa, no entanto a situação foi ficando insustentável. Tínhamos muitos animais que estavam sendo resgatados e pouco espaço, então ela a oportunidade de trazer esses animais para um abrigo. Que ela mesma ela criou aqui na comunidade do Morro do Castro, divisa de Niterói e São Gonçalo", contou Camille.

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A colaboradora fala ainda sobre a importância do trabalho da associação e de pessoas que ajudam. "Atualmente contamos com 40, 50 cachorros, boa parte deles está em lar temporário. Vale ressaltar que muitos já são idosos e precisam de uma atenção especial com medicamentos de rotina e infelizmente a gente não consegue realizar esse suporte 24 horas no abrigo, por isso contamos com a ajuda dos lares temporários. Além de cães, nós também cuidamos de gatos. Também em torno de 40 e 50. Boa parte deles, em lares temporários. E contando com cães e gatos ao todo, temos em média pouco mais de 100 animais sob nossa tutela", ressaltou.

Camille conta que a estrutura da ONGs é toda equipada para receber esses animais. "Hoje, a nossa estrutura conta com canis em todo o abrigo; os animais são todos separados em baias, alguns ficam juntos porque convivem muitos anos. Alguns nasceram no abrigo e estão lá desde então, e aí a gente faz o canil dos idosos, dos cachorros mais jovens, mas boa parte está separada. Em relação aos gatos, contamos com 15 a 20 gatos em cada gatil. Vale lembrar que o nosso objetivo não é lotar o abrigo, e sim dar uma qualidade de vida aos animais, com vacinas e castrações", afirmou.

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Perguntada se a ONG também resgata animais de rua, a colaboradora explica que a maior parte é encontrada na porta do abrigo. "Nós construímos uma baia ali no portão, porque infelizmente as pessoas acabavam jogando os cachorros ali no portão e a matilha que ficava solta na rua acabava atacando. Vale ressaltar que esses animais não tem contato com os que já estão no abrigo, e na primeira oportunidade, encaminhamos para um veterinário. São realizados os exames de sangue para poder constatar se há alguma doença e em seguida, encaminhar para a castração dependendo do exame", relatou.

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Adoção:

“Nós contamos com o formulário de adoção no site e nas redes sociais do abrigo, e lá fazemos uma série de perguntas, com o intuito de evitar ao máximo a devolução desses animais, como o caso da Mel que foi adotada quando filhote e agora já idosa para gente. Então, procuramos fazer um processo bem rigoroso com entrevista pelo WhatsApp e com perguntas sobre onde o animal viverá, se a pessoa tem condições de vacinar, e o que acha da castração, ou seja é todo detalhe para que o animal seja bem protegido”, reafirmou Camille.

Especialista explica o que fazer depois da adoção de um animal:

Para o veterinário Lucas Belchior, é importante que o animal passe pelo veterinário assim que for adotado. “Caso o animal não tenha passado pelo veterinário, em ambas a circunstâncias, esse seria o procedimento imediato. O veterinário então vai examinar o animal, pedir exames de sangue e a partir daí vai depender do quadro do animal. Se ele apresentar alguma enfermidade, segue para o tratamento, e se estiver saudável poderá receber as vacinas. Depois das vacinas, com a idade mais avançada, é sempre recomendado a castração do animal”, ressaltou.

Lucas explica ainda sobre o tempo exato de vacinação após a adoção. “As vacinas básicas podem ser administradas a partir do 2° mês de vida. Seriam a vacina de raiva e a vacina múltipla ou V10. V10 com 3 doses, então, a partir do 4° mês de vida, e raiva no 4° mês também, dose única. Importante destacar que a carteira de vacinação do animal deve ter a bula da vacina e o carimbo do veterinário, com assinatura e o n° de CRMV. Depois disso a vacinação se torna anual”, enfatiza.

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