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Bombardeio de sementes. Por que não em Niterói?
Bombardeio de sementes. Por que não em Niterói?
Foto do autor Luiz Antonio Mello Luiz Antonio Mello
Por: Luiz Antonio Mello Data da Publicação: 27 de janeiro de 2024FacebookTwitterInstagram

Neste 2024, por sinal bissexto, teremos a chamada “tempestade perfeita”. 

No mesmo ano, o flagelo/lambança da Enel, as consequências (de novo) das chuvas de verão e a cereja do bolo: eleições para prefeitos e vereadores.

Se a leitora/leitor der uma perambulada pelas ruas e redes sociais vai ver que os cidadãos do estado do Rio estão com a faca nos dentes, e vão para as urnas com gosto de sangue na boca.

Dos 92 municípios do estádo do Rio, 66 são atendidos/ofendidos pela Enel, que tem gerado um enorme prejuízo social, econômico, moral. 

O eleitor fluminense (vale a pena ver nas redes) sabe que a Enel só faz (ou não faz) porque deixam ela fazer e a fúria vai desembocar nas urnas em outubro.

Quem foi omisso, deixou a multinacional italiana deitar e rolar, vai sentir o que Benito Mussolini sentiu quando foi linchado e pendurado de cabeça para baixo, como peça de açougue, num poste em Milão, em 1945.

Desde a invasão portuguesa, em 1.500, tivemos 524 verões, muitos com chuvas pesadas. 

Como o inverno leva nevascas violentas ao hemisfério norte.  

Há 524 verões as autoridades (in) competentes fazem oh!, fingindo surpresa, quando desabam os torós.

O eleitor já percebeu como essa masmorra funciona: 1- a chuva cai; 2 - as cidades submergem, em muitos casos as construções ilegais desabam nos morros; 3 – é decretado estado de calamidade pública; 4 – a dinheirama brota nos cofres sem licitação (de onde, em muitos casos, some) para obras que não chegam; 5 – no próximo verão chove de novo…

As eleições de outubro vão revelar o veredicto do povo. O Coliseu de Pindorama vai apontar o polegar pra cima ou pra baixo?

Mas, seguindo nessa toada, dou um pulo lá atrás.

Nos anos 1990, alguns praticantes de voo livre fizeram uma ação impecável. 

Saltavam do Parque da Cidade e espalhavam sementes de árvores nativas por toda a região de Niterói.

Não sei por que parou, como aliás muitas boas e simples ações no país das reuniões infindáveis, dos grupos de trabalho bem remunerados, das comissões, das forças tarefas etc.

O bombardeio de sementes dá certo no mundo todo. 

A ideia não é nova, não foi realizada antes por não haver tecnologia para tal. 

Hoje é possível e várias empresas buscam alcançá-lo da maneira mais eficiente. 

Uma delas é a americana Lockheed Martin Aerospace, que afirma que com um bombardeio quase um milhão de árvores jovens podem ser plantadas por dia.

A Prefeitura do Rio iniciou um programa parecido que todas as cidades deveriam copiar. Que mal há copiar o que é bom?

Como funciona.

A Prefeitura faz o uso inédito de drones semeadores nos mutirões de reflorestamento. 

Começou no Mirante do Pedrão, em Botafogo, dentro do Parque Maciço da Preguiça. 

A adoção da nova tecnologia integra o plano de contingência para amenizar o impacto das ondas de calor para a população. 

O projeto-piloto desse novo método de trabalho de reflorestamento será na Floresta da Posse, em Campo Grande.

– Com o uso da tecnologia dos drones, vamos conseguir ampliar as áreas verdes da cidade e assim amenizar as fortes ondas de calor, além de deixar o Rio de Janeiro ainda mais bonito – afirmou Eduardo Paes.

Os drones semeadores são uma aposta para dar velocidade ao reflorestamento no Rio. 

Na Floresta da Posse, o drone será usado no plantio de espécies nativas locais, usando a tecnologia da startup franco-brasileira Morfo, parceira da Prefeitura do Rio na empreitada. 

Eles serão utilizados em áreas de difícil acesso, onde os agentes que realizam o mutirão de reflorestamento tradicional têm mais dificuldades para alcançar.

Este método de bombardeio com sementes, pode reduzir pela metade o custo em comparação com os métodos de plantio manual.

Leia os detalhes neste link: https://prefeitura.rio/meio-ambiente/prefeitura-inicia-o-uso-inedito-de-drones-semeadores-para-reflorestamento/ 

No exterior, aproveitam aviões que só podem ser usados em caso de guerra e com um objetivo positivo. 

Existem 2.500 cargueiros C-130 em setenta países, esperando uma oportunidade de voar. 

A empresa calculou que eles podem lançar mais de 3 mil bombas de sementes por minuto. Isso significa plantar 900 mil árvores em um dia.

As bombas de sementes são apontadas e projetadas para serem enterradas no solo na profundidade certa, como se tivessem sido plantadas à mão.

Alojado em plástico biodegradável, o solo artificial fornece alimento e umidade às sementes; até que se torne uma planta forte o suficiente para se sustentar. 

À medida que amadurece, a cápsula plástica derrete, criando uma nova geração.

É uma iniciativa de combate ao aquecimento global: reflorestamento maciço para criar florestas que absorvem carbono.

Algumas regiões que apostam em experimentar o novo método são o deserto do Sinai no Egito, as regiões da Floresta Negra derrubadas durante a Guerra Fria na Alemanha, bem como o norte da África, o Canadá, a Austrália e os Estados Unidos. 

Espero que mais países participem desse projeto para reflorestar o mundo.

Em Niterói, bastaria um drone igual ao do Rio.

Parece simples e barato. E, é.

Talvez o problema seja esse.

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