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Após fim da pandemia, número de viagens cresceu 71,5% entre 2021 e 2023
Dados foram divulgados pelo IBGE, nesta sexta-feira (13)
Após fim da pandemia, número de viagens cresceu 71,5% entre 2021 e 2023
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Por: A Tribuna Data da Publicação: 13 de setembro de 2024FacebookTwitterInstagram
Brasil registrou mais de 21 milhões de viagens em 2023 (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Entre 2020 e 2021, anos muito marcados pela pandemia de Covid-19, o número de viagens realizadas por moradores de domicílios particulares permanentes no Brasil caiu de 13,6 para 12,3 milhões. Já em 2023, esse total saltou para 21,1 milhões, um aumento de 71,5%, incluindo as viagens nacionais e internacionais.

A proporção de domicílios em que, pelo menos, um morador declarou ter viajado no período de referência da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, aumentou de 12,7%, em 2021, para 19,8% em 2023. Isso significa que, em 15,3 milhões de domicílios brasileiros, algum morador viajou nos três meses que antecederam a entrevista da pesquisa.

Em 2020, esse percentual foi de 13,9%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (13), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e fazem parte do módulo de Turismo.

Em 2023, 85,7% das viagens foram realizadas por finalidade pessoal, e 14,3% por finalidade profissional. O lazer foi o principal motivo apontado para a realização de viagens pessoais, representando 38,7% delas, seguido da visita ou evento de familiares e amigos (33,1%), do tratamento de saúde ou consulta médica (19,8%) e da categoria outro (8,4%), que inclui os deslocamentos para compras pessoais, cursos e peregrinação religiosa, por exemplo. 

Em relação a 2020 e 2021, houve aumento na participação dos motivos de lazer e do tratamento de saúde ou consulta médica. Por outro lado, das viagens realizadas por finalidade profissional, sendo 82,4% eram para negócio ou trabalho e 11,6% eventos e cursos para desenvolvimento profissional.

Entre os tipos de lazer que motivaram as viagens, o maior destaque foi a busca de sol e praia, respondendo por 46,2% do total. Em seguida, aparecem as viagens em busca de natureza, ecoturismo e aventura (22,0%) e para cultura e gastronomia (21,5%). A categoria outro, que abarca, por exemplo, atividades heterogêneas como as esportivas e os encontros de idosos, representou 10,2% do total.

A pesquisa também analisa a realização das viagens relacionada à classe de rendimento em que se encontravam os moradores. A categoria sol e praia foi a mais apontada por todas as classes de rendimento, mas a proporção diminuía à medida que o nível de rendimento aumentava. Nos domicílios de meio a menos de 1 salário-mínimo de rendimento domiciliar per capita, a proporção chegou a 55,4%, enquanto foi de 38,9% entre aqueles que recebiam quatro ou mais salários-mínimos por pessoa. De maneira inversa, as viagens com natureza, ecoturismo ou aventura foram motivos de 18,0% das viagens da classe de menor rendimento e de 23,3% entre os que estavam na classe de maior rendimento.

A classe de menor rendimento, formada pelos que viviam com rendimento mensal menor que meio salário mínimo per capita, representava 22,0% dos 77,4 milhões de domicílios estimados no país, mas a sua representação entre aqueles que viajaram no período de referência da pesquisa era menor: 12,9%. Por outro lado, os domicílios com rendimento per capita de 4 ou mais salários-mínimos equivaliam a 7,1% do total de domicílios e 16,4% dentre aqueles com ocorrência de viagem.

A falta de dinheiro foi a principal barreira para viagens entre os que viviam em domicílios com renda mais baixa. Esse foi o motivo apontado por 40,1%, ou 24,9 milhões dos 62,1 milhões de domicílios do país em que não houve viagem. Já entre os domicílios com menos de meio salário-mínimo per capita, esse percentual era de 55,4%, proporção mais de quatro vezes maior do que na classe de maior rendimento (12,1%), para os quais a falta de tempo (32,7%) foi o principal motivo para não viajar. Apenas em 6,9% dos domicílios de classe de menor renda, a falta de tempo foi a barreira principal.

A pesquisa também avaliou os gastos em viagens nacionais com pernoite. Em 2023, eles totalizaram mais de R$ 20 bilhões, aumento de 78,6% comparado ao valor estimado em 2021 (R$11,3 bilhões).

A média de gastos do viajante por viagem no país cresceu 7,5% na comparação com 2021, passando de R$ 1.525 para R$ 1.639. No Rio de Janeiro, a média de gastos é de R$ 1.873 para quem sai, e R$ 2.042 para quem chega.

A pesquisa completa pode ser vista neste link.

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