Os vereadores de São Gonçalo convocaram, no último dia 16, a concessionária de energia elétrica Enel para uma oitiva, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que está sendo tocada na Câmara Municipal da cidade - que é a maior da área de concessão da companhia. Outra oitiva, com mais elementos a serem apresentados pela empresa, está prevista para ocorrer no próximo dia 31 de janeiro. 
 

Dentre as principais reclamações dos parlamentares, a demora no restabelecimento da energia elétrica, que dura mais de duas horas - chegando a até seis dias -, especialmente numa realidade de chuvas severas. Na sessão da CPI, a empresa afirmou que tem um plano contingencial para acompanhar as demandas, de acordo com a previsão do tempo. Há uma disponibilidade de 138 equipes, que trabalham em três turnos, em caso de crise extrema. 
 

Responsável pela área de Relações Institucionais da Enel - que atua há 25 anos em São Gonçalo -, Andreia Andrade pediu “desculpas pelos eventuais transtornos”.

“São Gonçalo tem 307 mil unidades consumidoras. Quando uma das 77 alimentadoras são afetadas, impacta diretamente no fornecimento de energia", observou. 
 

Ainda de acordo com a profissional, dentre os canais de comunicação, houve um aumento de mais de 100% na "capacidade para receber chamadas", no Call Center. 
 

"Numa situação crítica, conseguimos transbordar esses clientes para serem atendidos em outros estados", disse, apresentando ainda outras plataformas, como o aplicativo e o site. "Em se tratando de impacto das chuvas, temos atuado preventivamente, via SMS, quando o cliente permite", complementou. 
Investimentos
 

Ela relatou, também, o investimento que vem sendo feito na Subestação Sete Pontes: entre 2021 e 2023, foram investidos R$ 43 milhões. Neste ano, a previsão é de mais R$ 53 milhões, o que totaliza R$ 128 milhões, o que, em tese, pode beneficiar 1 milhão de clientes, nas cidades de Niterói, Maricá, São Gonçalo e Magé. 
Outro dado apresentado foi o da redução do tempo médio das interrupções de energia por cliente, em São Gonçalo: menos 62%. 
 

"Em 2026, eram 15 horas. Tem caído gradativamente, na área de concessão. Esses números são auditados pela Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica]. Hoje, em São Gonçalo, o tempo sem energia elétrica é inferior a seis horas", detalhou. 
 

Questionada pelo presidente da CPI, Lucas Muniz (PP), sobre quanto tempo a empresa disponibiliza, para retomar a energia elétrica, dentro de uma casa, a funcionária da Enel disse que o tempo não é regulamentado pela Aneel porque "o serviço essencial deve ser restabelecido, no menor tempo possível". 
 

"Há uma meta máxima, que posso atingir, perante a Aneel. O sistema é passivo de ter interferências. O órgão regulador regula a empresa, para ver duração e frequência. Nas contas de energia, há a duração e a frequência por cliente", explicou. 
 

"Com o calor que está fazendo, é lógico que vai ter temporal. Não vejo um efetivo suficiente, disponibilizado pela Enel. Os postes estão todos largados. A empresa fatura milhões em São Gonçalo", retrucou Muniz, exemplificando que o bairro de Santa Catarina chegou a ficar seis dias, sem energia elétrica.      
 

Podas

As podas das árvores, que afetam os transformadores de energia, causando queda no fornecimento, foi outro problema citado pelos parlamentares. De acordo com Andreia Andrade, nem toda poda realizada pela Enel passa pela Secretaria do Meio Ambiente.

"Fazemos de acordo com o circuito. Temos o compromisso de encaminhar uma relação das que foram executadas, a esta CPI. Muitas podas vêm de ofício da Câmara e da Prefeitura. Temos como disponibilizar", disse, acrescentando que a Enel conta com 42 efetivos emergenciais, terceirizados, em São Gonçalo. 

A cidade conta com uma lei, já sancionada pelo prefeito Nelson Ruas, o Capitão Nelson (PL), estabelecendo que a concessionária tenha um contato direto com a Prefeitura, para que se façam as podas.  

Além do presidente, a CPI é composta pelo vice-presidente, o vereador Glauber Poubel (Pros) e o relator Nelsinho Ruas (Avante). Membros: Romário Régis (PDT), Alexandre Gomes (PV), Tião Nanci (PV) e Juan Oliveira (PL). 

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