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Comecinho de ano. Todas as promessas foram feitas, todos os propósitos, encaminhados. É hora de recomeços.
O Natal sempre traz a sensação boa de pertencer à humanidade, de ser mais um entre muitos, de não estar sozinho, desamparado, abandonado. Mas isso também traz para muitas pessoas a marca de algum sofrimento. Quantas vezes o Natal de muitas pessoas foi literalmente devastado. Houve brigas familiares, perdas de pessoas queridas, abandonos de lares, esvaziamento de esperanças...
O Natal é como a vida: um paradoxo. É toda alegria e toda tristeza, juntas. É a chegada do Salvador. Mas é também a marca da sua partida. Ele chega pobre, rejeitado, nascido em lugar nenhum. A intuição popular conseguiu perceber esse paradoxo ao representar o Menino Jesus de braços abertos e apenas com um pano na cintura, ou seja, a mesma posição que ele assumiu na Cruz, a mesma com a qual ele é representado nos Crucifixos. É o Natal e a Cruz, juntos, num mesmo mistério, que a Igreja chama Mistério da Encarnação e da Redenção. Um não existe sem o outro. A beleza de cada um desses Mistérios é o seu pertencimento ao outro.
Vamos combinar uma coisa, só entre nós?
É hora de recomeços. Você acabou de ganhar um ano novinho em folha. Que tal passar o ano de tal forma que não seja preciso pular onda nenhuma no final dele, que não haja ferimentos maiores, nenhuma fratura a consertar, seja no corpo seja na alma? Que tal enfrentar esse ano de modo que nada, daqui a 356 dias a partir de hoje, você tenha de se arrepender por não ter pensado nem antes nem mais nem melhor?
Muitos não ganharam o ano nessa virada. Se você estiver me lendo, agora, é porque ganhou. Então, lute por ele. Faça-o bom. Faça dele um Ano realmente Novo!