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Abelhas nativas sem ferrão estão desempenhando um papel fundamental na recuperação do Morro do Boa Vista, no bairro de São Lourenço, em Niterói. O trabalho dos insetos, através da polinização, vem ajudando no plantio de mais de 700 mudas de espécies nativas realizado pelos garis. Assim, as abelhas estão contribuindo diretamente para a regeneração de 2,2 hectares de vegetação e para o fortalecimento do ecossistema local.
Os insetos estão alojados no meliponário mantido pela gestão municipal no viveiro de mudas da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin). O projeto de reflorestamento, executado com mudas produzidas no viveiro da Clin a partir de resíduos de poda.
No Morro do Boa Vista está sendo implantada uma usina solar fotovoltaica com mais de 2 mil módulos capazes de gerar 1,5 MW de energia limpa, além de um sistema de captação e reaproveitamento de água da chuva. O investimento da Prefeitura é de R$ 7,7 milhões.
“Niterói possui mais da metade de seu território em áreas verdes preservadas por decreto. As ações de reflorestamento e preservação desses locais são fundamentais para garantir qualidade de vida e resiliência ambiental em Niterói. Ao recuperar ecossistemas degradados, estamos protegendo a biodiversidade, prevenindo deslizamentos e contribuindo para o equilíbrio climático da cidade”, afirmou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.
A chegada das abelhas ao viveiro foi possível graças a uma doação feita por Marcelo Campos, responsável pelo Meliponário Recanto das Nativas. Criador de abelhas há dez anos, ele acredita que o cultivo de árvores nativas é fundamental tanto para a alimentação dos insetos quanto para ampliar o alcance da polinização. Para ele, a instalação do circuito das abelhas indígenas no espaço da Clin também tem um papel essencial de conscientização, aproximando crianças, estudantes e visitantes do valor das espécies nativas para o equilíbrio ambiental.
“Eu doei essas abelhas porque, com isso, estamos fazendo um grande bem para as crianças e estudiosos que visitam o viveiro, bem para o meio ambiente e bem para todos nós nesse processo. Quando entendemos que as abelhas sem ferrão não oferecem risco, passamos a enxergar como o Brasil é rico em biodiversidade e a importância de preservar cada espécie. Essa criação também contribui para a polinização cruzada, fortalecendo o projeto de reflorestamento realizado pelo viveiro da Clin”, destacou Marcelo Campos.
Com uma produção anual de mais de 170 mil mudas de 305 espécies da Mata Atlântica, incluindo pau-brasil, aroeira, ipês, figueira-da-pedra e frutíferas como jabuticaba, açaí e pitanga, o viveiro da Clin é um dos pilares da política ambiental da Prefeitura. Além de reforçar a vegetação nativa, as abelhas sem ferrão também auxiliam na polinização de plantas cultivadas e na produção de mel, cera, pólen e própolis.