O escritor e produtor literário Jordão Pablo de Pão, de 30 anos, foi eleito no fim da tarde de 25 de abril de 2018 para ocupar a cadeira de número 13 da Academia Niteroiense de Letras. Há mais de dez anos Jordão se dedica ao trabalho de inserir nas pautas dos equipamentos culturais de Niterói eventos e atividades relacionados à leitura literária.
Formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro em Letras e cursando MBA em História da Arte, o escritor lançou no ano passado a obra "Abre Caminhos" e prepara o livro "O Mar do Meu Velho" para ser lançado no mesmo dia de sua posse na ANL. "Falar sobre o mar é, para mim, muito orgânico. O meu velho Jordão, pai pescador que me deu de comer e de sonhar através das ondas desse gigante bravio, não apenas inseriu na minha vida hábitos educativos, mas me emprestou o amor que o guiou para os reinos míticos do oceano de pesca", ressalta Jordão.
Sua obra é formada, sobretudo, para a leitura apressada que se experiencia no mundo contemporâneo. "Os poemas, contos e crônicas que escrevo não se interessam por barroquismos desnecessários, embora haja floreios onde o texto pede. O escrito vem, e ele é imperativo", revela Jordão. Com um conjunto cunhado na diversificação das formas de escrita, além de atingir uma gama expressiva de temas, seu trabalho está reunido no blog www.jordaopablo.wordpress.com.
Além de produtor e escritor, Jordão atua como docente, criador de conteúdo para a internet e revisor, o que o auxilia na percepção dos contextos de criação e de recepção do texto. "Não se é escritor em uma caixinha, mas na vivência da rotina e das felizes insolitudes", diz. Seu nome já esteve ligado à gestão de pauta do Solar do Jambeiro, além da produção da Sala Carlos Couto e do Salão Nobre do Teatro Municipal João Caetano, além de participar de diversos encontros literários na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Ingressar na Academia Niteroiense de Letras na cadeira 13, patronímica de João Caetano, não é uma coincidência para Jordão. O autor enfatiza que "João Caetano não apenas dá nome ao Teatro em que comecei minha carreira de produção cultural, mas constitui uma de minhas grandes referências, pioneiro que foi na formação do teatro profissional em nossa cidade e, de certa forma, em nosso país". Destaca, ainda, a grande honra que é ocupar a cadeira que já foi do compositor e escritor Jacy Pacheco e do historiador Emmanuel de Macedo Soares. A Academia, situada no cruzamento das ruas São João e Visconde do Uruguai, no centro, tem sessões às quartas-feiras às 17h normalmente abertas ao público e gratuitas.
Em carta aberta divulgada em seu perfil no Facebook, o escritor registra que a sua entrada na Casa de Horácio Pacheco está imbuída de um desejo de dialogar a arte com o público. "sinto-me como um infante que recebeu o privilégio de sentar à mesa dos adultos. (...) Sou imortal a partir da posse para aproximar a literatura da sociedade, a instituição acadêmica dos viventes. Como de costume em minhas falas, reforço o desejo de ver a palavra-arte em cada lócus, em todos os momentos", registra o documento.