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"O que tira o sono dos moradores de Niterói são os dependentes químicos"
Em reunião do Conselho de Segurança, o presidente Francis Leonardo disse que “ precisamos de leis de internação compulsória. Mas também não adianta enfiar o cara numa clínica, e depois ele voltar pior. Tem que haver um tratamento correto”
"O que tira o sono dos moradores de Niterói são os dependentes químicos"
Foto do autor Pedro Menezes Pedro Menezes
Por: Pedro Menezes Data da Publicação: 08 de maio de 2024FacebookTwitterInstagram
Foto: Pedro Menezes

Na manhã desta quarta-feira (8), foi realizada mais uma reunião do Conselho Comunitário de Segurança de Niterói. Esta é a primeira reunião desde que foi empossado o novo comandante do 12° BPM, o Coronel Leonardo Oliveira.

"Precisamos ouvir a sociedade. Aqui apresentamos nossos números, e eles estão certos, fazemos trabalho baseado nos números, mas é muito importante também ouvir o que a população tem a dizer. A polícia tem que se aproximar", disse o coronel Leonardo Oliveira, em sua fala.

Em mais uma reunião, foi exposto o problema dos dependentes químicos em Niterói, que cometem delitos de furto. Por ser um crime considerado de menor potencial ofensivo - afinal, em teoria, ninguém foi ameaçado fisicamente - esses dados não aparecem nos dados de segurança pública oferecidos pelo ISP.

O presidente do Conselho, o empresário Francis Leonardo, defendeu a internação compulsória.

"Hoje o que tira o sono dos moradores de Niterói são os dependentes químicos. Os moradores de rua só querem ter um lugar pra morar, pra dormir. Os dependentes não. Esses cometem delitos. Por isso precisamos de leis de internação compulsória. Mas também não adianta enfiar o cara numa clínica, e depois ele voltar pior. Tem que haver um tratamento correto", disse Francis Leonardo.

Furto de cabos e ameaça a moradores

Foto: Pedro Menezes

Representantes de associações de moradores tiveram voz na reunião. Gonçalo, da associação de Itaipu, pediu que o 12°BPM reforce o policiamento no horário entre 2h e 4h da manhã, pois esse é o horário em que há menos agentes nas ruas, e também é quando se encerra o trabalho da Operação Segurança Presente. Por conta disso, muitos criminosos aproveitam o horário para fazerem delitos.

"Deveria também ter um canal de contato do morador diretamente com o 12°BPM. Muitas vezes ligamos pro 190 e quem atende é uma pessoa do interior, muito distante. Até que seja mandada uma viatura, leva muito tempo. Se nós tivéssemos um canal de contato direto com o batalhão essa situação poderia ser resolvida de forma mais rápida", complementou Gonçalo.

Vagner Coelho, morador da Fagundes Varela, no Ingá, afirmou que na região o roubo de cabos de internet está cada vez mais comum.

"Se você passar pela Fagundes Varela de madrugada vai ver gente pendurada nas árvores cortando fio. Teve um morador que foi tirar satisfação e foi ameaçado. Os policiais enxugam gelo, pois os criminosos estão soltos", contou. Além disso, ele complementou:

"A (secretaria de) Ordem Pública de Niterói está complicada. Eu já tentei ligar, mandar e-mail, e não respondem. Eu vim aqui mais para agradecer o Segurança Presente, que resolveu duas demandas do nosso grupo, uma delas inclusive em menos de 15 minutos, de pessoas que estavam ocupando uma casa abandonada", finalizou.

Por fim, um membro do Conselho Comunitário da Região Oceânica (CCRON) expôs todas as demandas que recebe na região.

"Cada vez mais há reclamações sobre os dependentes químicos. Um morador que circula pelo Cafubá tá morando nas portas das casas das pessoas. Eles estão nas portas dos bancos do brasil pedindo dinheiro. Isso tá se tornando crítico em toda região oceânica. Todos os órgão de polícia tem ajudado, mas isso é um problema mais geral.", afirmou o representante da CCRON.

Na reunião, estiveram presentes o coordenador da operação Segurança Presente, Major Abrahão Clímaco, o inspetor geral da Guarda Municipal, inspetor Paulo Brito, e os delegados Daniel Rosa (77°DP) e Natacha Oliveira (76°DP).

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